Boris Margeta lembra os desafios que se colocam e traça objetivos
Foi um fim-de-semana com paragem de jogos da Primeira e segunda divisão masculina, mas com jogo grande no Feminino, o Fluvial versus Benfica. E que jogo! Pelo meio, uma acção de formação exemplar e um enorme elogio aos clubes e Associações Territoriais que definitivamente estão a apostar na formação! Top!
Primeira Divisão Feminina
Neste fim de-semana estavam previstos dois jogos, a saber Fluvial versus Benfica e CAPacense versus Lousada XXI. Só o primeiro se realizou.
Fluvial Versus Benfica – "Emoção até ao fim!"
O Fluvial recebeu a visita do Benfica, líder, tendo triunfado por 8-7 (2-1, 0-1, 5-3, 1-2), num jogo bem disputado e intenso em que as atletas do Fluvial se apresentaram fisicamente muito fortes e conseguiram impor o seu jogo. Do lado do Benfica, nota para a estreia de uma nova guarda-redes, proveniente de Espanha, que começou recentemente os treinos de polo aquático após uma paragem de meses. A nível individual, destaque para os três golos de Catarina Reis do Fluvial e dois golos por parte de Madalena Lousa e Carlota Milheiro, ambas do Benfica. Em resumo, o campeonato está lançado com emoção e competitividade, não esquecendo que a equipa do CAPacense tem igualmente uma palavra a dizer sobre o título em disputa. Para a história fica uma vitória moralizante e muito importante para o Fluvial.
CAPacense Versus Lousada – "Insólito!".
Estando previsto para as 20:00 de sábado, as equipas não competiram por falta de comparência do Lousada. A propósito desta insólita ocorrência, a Direcção do CAPacense fez a seguinte declaração/esclarecimento: "Este jogo estava marcado desde Outubro. Para nossa surpresa na passada quinta-feira ao final da tarde recebemos um email da FPN a avisar que não tínhamos árbitros para um jogo do campeonato nacional feminino e que deveríamos remarcá-lo. Após tentativas de contato, nomeadamente com o vice-presidente da FPN, fomos ignorados. Será que os responsáveis do Conselho de Arbitragem sabem que os atletas tem que se deslocar para poder estar no fim-de-semana em Paços de Ferreira? Sabem que temos encargos com o aluguer da Piscina, que de um dia para outro não podemos anular? Seja como for, à hora do jogo a equipa do CAPacense estava presente e os árbitros presentes fizeram a ata e o relatório do jogo, pelo que para o nosso clube o jogo foi realizado. Quanto aos emails enviados, gostava de ter tido pelo menos alguma resposta e até agora ainda ninguém se pronunciou. Profundamente lamentável…".
Formação FPN com o Presidente da Associação Internacional de Árbitros, Boris Margeta
A Federação Portuguesa de Natação (FPN) realizou no auditório Casa da Portela da cidade de Amarante uma ação de formação sobre "Novas Regras do Polo Aquático – Explicação e interpretação das novas regras", o qual contou com a assistência de mais de 70 participantes, entre jogadores, treinadores, árbitros e outros interessados, estando a formação a cardo do de Boris Margeta, da Eslovénia, árbitro da FINA e da LEN e presidente da Associação Internacional de Árbitros de Polo Aquático (WWPRA). Boris Margeta, considerado um dos melhores árbitros da atualidade explicou bem cedo no decurso da acção que "As novas instruções e regras fazem parte do desenvolvimento do polo aquático nos últimos 5 anos. Queremos que o polo aquático se torne mais rápido, mais inteligente, menos físico e em especial mais compreensível para espectadores e patrocinadores". No final, deixou uma mensagem "Estou muito honrado por Portugal me convidar para partilhar o meu conhecimento na perspetiva dos árbitros. Sei que a cidade de Amarante apoia muito o polo aquático e estou muito feliz por estar cá nesta cidade que me surpreendeu pela sua beleza e hospitalidade". Esta acção em Amarante foi possível graças ao apoio do Presidente José Luís Gaspar e da autarquia de Amarante pela cedência do espaço e pela colaboração incansável da Patrícia Magalhães em representação do Amarantus Aquatic Club. Quanto à formação, que tive o prazer de assistir, começou com uma simples explicação, "Digam Boris porque Margeta só quando o meu pai me repreendia!". Risos. Estava dado o mote para o que foi uma formação animada, entusiasmante, participada (nota para muitos atletas da selecção que foram bastante interventivos mostrando um forte interesse nos conteúdos), com perguntas e respostas, vídeos ilustrativos com perguntas à plateia para avaliação de cada situação, boa disposição (nomeadamente cada vez que Boris fazia uma pergunta aos árbitros presentes e pedia-lhes "Por favor, não respondam errado… Ok, não faz mal, noutros países em que fiz esta formação, normalmente são os árbitros quem acerta menos nas respostas!!". No final, destacaria: "Queremos que o polo aquático se torne mais rápido, mais inteligente, menos físico e em especial mais compreensível para espectadores e patrocinadores". "Caso se justifique os árbitros podem e devem comunicador com os treinadores e os atletas de forma respeitosa e exigir reciprocidade". "De todos os intervenientes na piscina, nós os árbitros somos quem deve demonstrar maior calma e auto-controlo". "Um árbitro não deve ter problema em reconhecer um erro. Esta admissão de erro não deve ser aproveitada por terceiros para comportamentos inapropriados". Acção e Formador Top, Top, Top!
Antes de partir de Portugal, aproveitei para falar em detalhe com Boris Margeta. Para quem não tem uma ideia exacta de quem é, talvez valha a pena resumidamente apresentar alguns número impressionantes. Vou repetir, impressionantes: 5 presenças em jogos Olímpicos, incluindo uma Final Olimpica, 10 presenças em campeonatos do Mundo (8 na Final), 9 presenças em campeonatos Europeus (7 na Final), duas FINA CUP, 5 World League Super Final, 16 finais da European Champions League, das quais 9 presenças na Final. Ufa!
Boris Margeta: "O Polo Aquático tem sofrido muitas alterações nos últimos cinco anos, uma vez que o jogo se estava a tornar demasiado estático e físico. Lentamente criámos, quero dizer, juntamente com treinadores e jogadores, regras para tornar o jogo mais rápido, com mais golos com mais ações. Provavelmente o maior impacto da rapidez do nosso desporto foi a mudança que a bola é colocada no jogo no local onde a bola não é a falta. De igual modo, para eliminar alguns dos erros e ajudar os árbitros, o VAR foi introduzido. As últimas alterações foram feitas com o propósito de reduzir o julgamento subjectivo dos árbitros e unificar alguns tipos de faltas. Assim, a simplificação de algumas regras tornará o nosso desporto mais compreensível para os espectadores e essa é uma das tarefas mais importantes que temos que assegurar. Estamos a jogar polo aquático para os espectadores, isto é, o público e não para nós mesmos. Deste modo e em resumo, foram alterados três tópicos principais para cumprir estas tarefas:
1. Dois metros de linha com a área de golo, que vai unir e simplificar as chamadas "offside" e dar novo espaço ativo aos jogadores dos cantos, que se tornarão perigosos para a defesa, com novas ações e potencialmente golos;
2. Vantagem nas faltas de grande penalidade, para que os jogadores terminem a ação e não esperem pela chamada do árbitro, mais uma vez espera-se ter mais golos e movimentos dinâmico e atrativos, bem como vantagens em contra-ataques, o que protegerá os jogadores com vantagem para prosseguir com as ações ofensivas;
3. A utilização do VAR para detecção de atos violentos é também uma importante e positiva mudança, uma vez que a violência não tem lugar em nenhum desporto. Muitas vezes ouço dizer que o polo aquático é rugby na água. NÃO É VERDADE! O polo aquático é o primeiro desporto de equipa nos Jogos Olímpicos. Transformou-se num desporto bonito, embora difícil e saudável. Os nossos jogadores são muito justamente estrelas e devem ser tratados como tal, basta olhar para os seus corpos, amizade e camaradagem, dedicação em horas de prática na água e no ginásio... e, por isso, eliminar o jogo físico e agressivo e proteger o jogador de lesões é uma das primeiras prioridades do árbitro.
No final, gostaria de felicitar sinceramente a Federação Portuguesa de Natação, a Cidade de Amarante, histórica e de grande beleza assim como o Presidente da Camâra, José Luís Gaspar, pela calorosa hospitalidade e grande organização. Como eu venho de um país pequeno, sei muito bem como é difícil para os nossos países participar e encontrar fundos para as nossas equipas, mas Portugal provou mais uma vez que merece estar em todas as competições, por isso desejo-vos um grande futuro no polo aquático e muita participação especialmente nas categorias jovens, pois essa é a sua principal motivação dos jovens e são sempre uma maravilhosa experiência de vida!". Najlepša hvala Boris!
Fim-de-Semana em cheio para os mais pequenos!
Neste fim-de-semana vários clubes e Associações Territoriais desenvolveram acções com crianças nomeadamente o Encontro de Mini Polo promovido pelo Leixões na Piscina Municipal da Senhora da Hora, onde se participaram mais de 100 jovens jogadores de 13 equipas. De igual modo, destaque para o Festival de Inverno promovido pelo FC Porto no qual participaram mais de 300 crianças com vista à divulgação de desportos aquáticos incluindo Polo Aquático. A sul, a ANL promoveu um estágio de observação e capacitação técnica sub_12 e sub_16 com atletas de vários clubes, com destaque para a estreia no Regional da ANL da jovem equipa sub_16 do Oriental orientada por Pedro Vitorino realizando o seu primeiro jogo oficial. De parabéns! A todos, bem como demais clubes e agentes desportivos que têm proactivamente promovido acções de polo aquático para os mais novos aqui fica um sincero elogio e sentido obrigado. Top! Top!
Relatório e Contas da FPN
Por necessidade de análise estatística aproveitei e fui recolher dados sobre atletas inscritos em Polo Aquático no último Relatório e Contas publicado e relativo ao ano de 2021 (já que o de 2022 ainda não estará pronto…) e, por defeito profissional, deitei o olho para a parte mais financeira do exercício. Tendo exercido funções como presidente de uma associação empresarial e também membro do conselho Fiscal é-me fácil olhar com "outros olhos". Apesar da DBO, enquanto empresa responsável pela auditoria emitir um parecer "Opinião com reservas" a matéria de facto não me parece que tenha qualquer relevância. Aqui e ali senti pontualmente necessidade de perceber o que pode estar por detrás de alguns números, mas sobretudo para compreender detalhes de algumas Demonstrações Financeiras publicadas e a sua lógica. Seja como for diria, no essencial, que o relatório demonstra um pensamento ou visão estratégica que me suscita algumas dúvidas. Dou como exemplo, o resultado do Exercício e o reforço do Total dos Fundos Patrimoniais, acrescido dos valores de Caixa e depósitos bancários a 31 de Dezembro de 2021. Como não gosto de retirar conclusões precipitadas pedi a um auditor uma análise mais detalhada. Em breve conto revisitar o tema.
Tipos de Orçamentos
Pontualmente ouço falar de questões de orçamento e orçamentação relativamente a clubes, Associações Territoriais ou mesmo a própria FPN. Nesses diálogos sinto falta de uma base comum de entendimento relativo ao termo orçamento. Para facilitar e de forma simplificada é comum falar-se de 7 tipos de orçamentos aplicados a entidades ou instituições: 1. Orçamento incremental; 2 Orçamento de base zero; 3 Orçamento top-down; 4. Orçamento bottom-up; 5 Orçamento baseado nas atividades; 6 Orçamento contínuo (rolling budgeting) e ainda 7. Beyond budgeting. Agora é só ir ver o significado e aplicar.
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