Patrice Lagisquet: «Esta equipa tem algumas lacunas, mas é tão generosa e cria situações incríveis...»

Selecionador nacional de râguebi após a derrota com a Austrália

• Foto: Reuters

Patrice Lagisquet elogiou este domingo a atitude da Seleção Nacional de râguebi no jogo do Mundual com a Austrália, disputado no Estádio Geoffroy-Guichard (Saint-Étienne, França) e que terminou com a vitória doa australianos por 34-14.

"O cartão amarelo teve um grande impacto, não conseguimos gerir corretamente o jogo durante esse período. Tínhamos de controlar mais a bola, jogar com o pé. Tínhamos de jogar para os cantos e ser mais realistas. Isso custou-nos 21 pontos, sofremos três ensaios em 10 minutos. Ao contrário do jogo com a Geórgia entrámos totalmente focados no jogo, falámos sobre isso com os jogadores, eles conseguiram controlar as emoções, ao contrário do que aconteceu em Toulouse na semana passada. Gerimos um pouco melhor a nossa entrada. Eles negaram dois ensaios ao Nicolas Martins. Isso teria mudado a segunda parte", começou por referir o selecionador de Portugal.

E prosseguiu: "O que eu receava era a força física dos australianos em todas as posições e isso é que foi duro. Os ensaios deles foram conseguidos a partir do impacto físico, ao qual não resistimos. Não tivemos muitas placagens falhadas, mas sofremos muito com os impactos. No último ensaio cometemos um pequeno erro de colocação defensiva e contra jogadores destes, isso custa muito caro."

Apesar de reconhecer algumas fragilidades e até "alguma frustração", Patrice Lagisquet destacou como se sente feliz. "Esta equipa tem algumas lacunas, mas é tão generosa e cria situações incríveis a apaixonantes, por isso é um orgulho treiná-los. O que eles evoluíram em dois meses e meio de preparação, como se transformaram, como conseguiram desafiar fisicamente esta Austrália é incrível. Mas ao lado disso há alguma frustração, pois se tivéssemos um pouco mais de experiência podíamos ambicionar mais, porque temos um enorme potencial ofensivo. Jogamos um râguebi total que é divertido para os jogadores e também para os espectadores", frisou.

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"É muito bom para nós sermos reconhecidos por jogadores tão importantes, mas ainda temos muito trabalho para fazer para sermos uma equipa de topo no próximo Mundial. Faltam quatro anos, temos competência e estamos a construir isso de forma correta, jogamos um râguebi que motiva as pessoas, mas temos o nosso caminho a fazer e vamos fazê-lo da melhor forma."

Análise ao jogo

"Uma das coisas que dissemos no início foi que queríamos ser competitivos contra todas as equipas. Lutámos contra o País de Gales e hoje contra a Austrália e na próxima semana queremos competir com as Fiji. É a última oportunidade que temos para mostrar a nós próprios que somos capazes de competir contra estas equipas".

João Mirra: "É um pouco amargo. Há uns meses atrás, se nos dessem este resultado, nós comprávamos, com orgulho. Hoje em dia, sem ser arrogante, sem perder a humildade, saímos daqui pouco satisfeitos. Queríamos ter dado um passo em frente em relação ao jogo com o País de Gales e talvez não o tenhamos dado. Os jogadores estão de parabéns, como é óbvio. Mas neste nível, qualquer passo é muito pequenino. Se quisermos dar esse passo, há situações do jogo que vamos ter de melhorar. Não vamos poder falhar ensaios como falhámos contra estas grandes nações".

 

Rafael Simões: "Falta a experiência destes jogos mais competitivos, de competir contra seleções maiores como é o País de Gales, Austrália e Fiji. Essa experiência ganha-se e reflete-se jogo após jogo. Estamos cada vez mais confiantes a jogar contra estas equipas grandes, precisamos destes jogos, temos demonstrado à World Rugby que somos capazes de defrontar estas grandes equipas".

 

Mike Tadjer: "A diferença para estas equipas está nos detalhes. Como disse aos rapazes no final do jogo, temos de estar orgulhosos mas não ficar por aqui, temos de ser melhores, porque nos detalhes pagamos caro e foi o que aconteceu com o cartão amarelo, que nos custou três ensaios. Jogámos olhos nos olhos com eles, mas a este nível os detalhes são muito importantes. Acho que marquei ensaio, mas ele bateu-me na mão... O árbitro disse que não foi ensaio e o árbitro tem sempre razão. Penso que podia ter dado ensaio de penalidade, uma vez que deu cartão amarelo [a Matt Faessler], mas tudo bem. É a vida, talvez para a semana [marque um ensaio]".

David Wallis: "Falta tirarmos os erros. Apesar de não terem feito o melhor Campeonato do Mundo, eles são uma grande equipa, continuam a ser dos melhores jogadores do mundo, e contra este tipo de equipas um erro é o suficiente para eles marcarem um ensaio. Não fizemos assim tantos erros, acho eu, mas ainda vamos fazer essa análise, mas é isso que temos de melhorar. Se tirarmos estes erros principais, vamos conseguir, se calhar, fazer uma surpresa ainda este ano".

Rodrigo Marta: "Sabíamos que a Austrália estava ferida, mas não morta, que vinham atacar-nos. Foi o que fizeram na primeira parte, tentaram marcar o máximo de pontos possíveis e depois estávamos sempre com uma grande distância no resultado. Mas não deixámos de lutar até ao fim. Sempre soubemos que isto podia acontecer e o nosso objetivo foi sempre competir contra estas grandes equipas e foi o que fizemos".

 

Por Lusa
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