Selecionador nacional e o lance decisivo: «É o ADN do râguebi português»

Patrice Lagisquet comenta a vitória histórica de Portugal no Mundial

• Foto: reuters

O selecionador nacional, Patrice Lagisquet, comentou a vitória histórica de Portugal no Mundial, diante as Ilhas Fiji.

"O que pensei quando o Storti arrancou na jogada do ensaio do Rodrigo Marta? 'Passa a bola'! [Risos] Porque no Europe Championship teve uma situação de cinco contra um e tentou marcar, por isso lesionou-se num cotovelo. Mas era o Rodrigo Marta, eles jogam juntos desde os seis anos, ou algo parecido, talvez por isso lhe tenha dado a bola", começou por dizer o treinador francês.

"O ensaio marcado no final é o ADN desta equipa, do râguebi português. Eles são jogadores muito generosos, com uma grande capacidade de jogar a toda a largura do terreno. O nível dos campeonatos português e francês é incomparável. Mas esta é uma geração dourada, tem jogadores incríveis como o Jerónimo Portela, Raffaele Storti, Rodrigo Marta, o Nuno Sousa Guedes, que é um pouco mais velho, o José Madeira, entre outros, são excecionais", prosseguiu.

"O balanço é o de uma equipa deste nível que progrediu sempre em todos os quatro jogos. Houve lacunas nos primeiros, mas cada vez menos e quando vemos as estatísticas do jogo com a Austrália percebemos que estávamos próximos de conseguir algo muito simpático. Hoje, apesar de alguns erros cometidos, fizemos um jogo ainda mais conseguido. Por isso o balanço é muito positivo. O mais interessante é a progressão que esta equipa teve sempre ao longo dos jogos", observou.

"Lembro-me do primeiro jogo, quando fui com estes miúdos ao Brasil, eles com 18 ou 19 anos... Lembro-me do Simão Bento ao meu lado e de dizer para o Hervé [Durquéty, antigo treinador de avançados da seleção portuguesa] que ele parecia ter 15 anos. Hoje vejo o temperamento e o que são capazes de demonstrar e só posso dizer que esta aventura foi ótima", aplaudiu.

"É preciso não esquecer que tivemos alguma sorte. Tínhamos sido eliminados pela Espanha e depois fomos repescados. Isso permitiu-nos trabalhar seis meses na progressão da equipa e ir buscar a qualificação. Aliás, a capacidade de progressão desta equipa foi a primeira coisa que me marcou neles. Quando começou o primeiro treino e vi que em menos de meia hora compreenderam tudo em termos de passes e largura do jogo que lhes pedia, disse ao Hervé: 'acho que podemos avançar mais rapidamente do que pensávamos'".

Por Record com Lusa
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