Presidente da Associação Nacional de Surfistas (ANS) falou com Record a propósito do lançamento da Liga MEO Surf 2024
Vistam os fatos de licra e sacudam o pó das pranchas, pois é momento de ir para água! A Liga MEO Surf está de volta e, tal como nos dois anos anteriores, a prova inaugural da 1.ª divisão de Surf em Portugal arranca na praia do Cabedelo, na Figueira da Foz. O Allianz Figueira Pro realiza-se de 22 a 24 de março e promete muito talento dentro de água!
Em entrevista a Record, a propósito do arranque da competição, Francisco Simões Rodrigues, presidente da Associação Nacional de Surfistas (ANS), não escondeu o entusiasmo pelo início de mais uma edição da Liga MEO Surf, uma oportunidade única para Portugal ver os mais jovens talentos lusos em ação pelas praias do país. RECORD - Quais são as expectativas para a edição deste ano da Liga MEO Surf?
RECORD - Quais são as expectativas para a edição deste ano da Liga MEO Surf?
FRANCISCO SIMÕES RODRIGUES - "Temos focado bastante na nova geração. Se tivermos presente que os campeões nacionais em título, Joaquim Chaves e Francisca Veselko, andam na casa dos 20 anos ou que no dia das finais da última etapa de 2023 o surfista mais velho em prova era Guilherme Ribeiro com 21 anos, temos factualmente a renovação dos líderes do surf português totalmente em curso. A Liga MEO Surf procura obrigar à consistência ao longo do ano e promove a confiança para superar os momentos de maior aperto, vectores fundamentais no crescimento dos novos valores enquanto surfistas. Mas queremos ir mais longe. Se os talentos da geração que agora lidera estão identificados, desejamos que os mais novos possam em 2024 também afirmar-se. Nomes como Matias Canhoto, Francisco Ordonhas, Martim Nunes, Maria Salgado ou Teresa Pereira, entre outros, podem vir a ocupar lugares cimeiros ao longo deste ano, alargando não só a qualidade da competitividade da Liga MEO Surf mas também a quantidade dos surfistas portugueses melhor preparados para voos internacionais. Acima de tudo, é na Liga MEO Surf que a nata do surf português se confronta ao mais alto nível. E isto é por si só uma excelente razão para acompanhar a 1.ª divisão do Surf nacional. Vamos bater palmas aos nossos melhores valores!"
R - Qual a importância da MEO o projeto da ANS e para o desenvolvimento do surf em Portugal?
FSR - "Já trabalhamos em conjunto há quase 15 anos. Todos os anos e ao longo de todo o ano. E daqui sai uma equipa: respeitosamente acabamos por ser um grupo de trabalho uno que fomenta o desenvolvimento do Surf em Portugal. Ora vejamos o papel do MEO: (1) apoia as principais competições de Surf em Portugal, aquelas que dão títulos oficiais e que constroem carreiras, com especial enfoque naturalmente na 1.ª divisão do Surf nacional (a Liga MEO Surf) mas também nas mais relevantes provas internacionais; (2) esteve por trás, durante largos anos, da campanha desportiva de Tiago Pires (1.º surfista português na elite mundial) e, hoje em dia, é também um suporte fundamental a Frederico Morais, actual representante de Portugal no circuito mundial e melhor surfista nacional da actualidade. Em paralelo, ainda teve vários projetos direccionados a outros valores nacionais e alguns até envolvendo os mais novos nas fases iniciais do seu percurso desportivo; (3) fomenta a modalidade com a contextualização do Surf no meio não endémico, estabelecendo laços com diversos agentes nesse processo, com particular incidência junto dos media. Em suma: é um processo contínuo de longa data, passa pelo coletivo (eventos) mas vai também à individualidade (atletas), ativando tudo o possível para fazer acontecer!"
R - Enquanto líder da ANS, coloca a Liga portuguesa de surf ao nível da elite?
FSR - "Eu gosto de ser exigente e tenho o defeito de avaliar pelos resultados. A Liga MEO Surf é uma plataforma que, de uma forma consistente e seguindo os melhores padrões internacionais, contribui para que os surfistas portugueses evoluam e sigam os passos necessários para se tornarem relevantes. No entanto, num contexto de carreiras globais, é um ponto de passagem para quem procura estar na elite. Mas o processo não se extingue nas competições. Há o treino, as viagens, a cultusérra desportiva, etc. O que é certo é que mesmo com algumas limitações naturais e circunstanciais, os surfistas portugueses já vão tendo uma boa pegada de reconhecimento internacional. Uma coisa é factual: Tiago Pires foi da elite, Frederico Morais é da elite e Teresa Bonvalot já teve um estatuto de alternate na elite. No caso de Frederico e Teresa, dois surfistas que cresceram a competir na Liga MEO Surf."
R - Atualmente, Portugal tem dois representantes nos Jogos Olímpicos de Paris, falamos de Teresa Bonvalot e de Yolanda Hopkins. Como tem visto esta evolução contínua do surf português? Que papel tem a ANS neste trajeto ascendente dos surfistas portugueses, quer nas provas nacionais, quer nas competições internacionais?
FSR - "O papel da ANS acaba por se dividir em dois grandes domínios: disponibilizar as principais competições a favor do surfistas portugueses (para além da Liga MEO Surf, seguindo as linhas mestras internacionais, a ANS também promove o Junior Tour para surfistas até 20 anos, como se fosse o 2.º nível de maior relevância no surf de competição em Portugal) e acompanhar com divulgação aquilo que os surfistas portugueses fazem de importante em termos de resultados desportivos a nível internacional. Sempre com empenho e de forma activa. No caso das senhoras, Teresa Bonvalot e Yolanda Hopkins, tal como Francisco Veselko e Carolina Mendes, constituem aquela que é talvez a mais alargada e mais competente geração do surf feminino português de sempre. O trajeto incluiu muito suor nas competições na ANS. E é um orgulho para nós, até sem ser no papel de ANS, mais como português, vê-las a alcançar lugares de destaque no surf mundial. Tenho pena que no masculino não tenhamos qualificado ninguém para Paris'2024, com especial apreço pelo Frederico Morais, que em Tóquio'2020 não competiu pelo infortúnio do Covid. Agora é tempo de apoiar a Teresa e a Yolanda!"
R - Por fim, este é o último ano do seu mandato na liderança da Direção da ANS. Podemos esperar nova candidatura à presidência ou sente que é altura de passar essa responsabilidade para outras mãos? Se houver nova candidatura, as linhas orientadoras para os próximos anos manter-se-ão as mesmas, com o foco para o desenvolvimento de novos talentos no surf?
FSR - "É uma pergunta sem resposta. Para já. Em primeiro lugar, admito que a nossa equipa seja bem recebida pela generalidade dos nossos associados e pela comunidade do surf em geral. Estimo que o percurso esteja a ser de sentido positivo. A nível pessoal, é um prazer liderar a entidade que agrega a vontade dos surfistas portugueses. Agora é momento de arrancar com o nosso plano de atividades e dar atenção às primeiras competições da Liga MEO Surf, como o Allianz Figueira Pro que se realiza nos próximos dias na Praia do Cabedelo da Figueira da Foz. Numa fase mais adiantada do ano, chegará então o momento de reflexão pessoal e junto da minha equipa, para depois tomar a decisão de continuidade ou não. Vamos dar tempo ao tempo."
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