Kelly Slater: «Não fiz um milagre esta semana, mas fiz muitos ao longo dos anos»

Norte-americano despediu-se do Tour aos 52 anos, após 11 títulos mundiais

• Foto: WSL

Após 32 anos de carreira, 11 títulos mundiais e 56 vitórias em etapas - a última das quais nas vésperas de completar 50 anos -, Kelly Slater assinou, esta madrugada de terça-feira, a despedida do World Tour, pelo menos, como competidor a tempo inteiro. Aquele que é considerado o maior surfista de todos os tempos foi derrotado pelo líder mundial, Griffin Colapinto, na ronda 3 do Margaret River Pro, na Austrália, falhando o corte do meio da temporada. Um desfecho que obrigou o veterano surfista norte-americano, de 52 anos, a dizer adeus ao Tour.

"Tudo tem um fim", começou por dizer KS, após a bateria final. "Se não te adaptas, não vais sobreviver. A verdade é que a minha motivação já não estava lá para me focar a 100 por cento, como todos os que estão no Tour. Ainda tenho as emoções à flor da pele, sinto-as a borbulhar", frisou o surfista natural de Cocoa Beach, na Florida, após "cair a ficha" da saída de cena de um circuito que dominou durante mais de duas décadas.

Kelly Slater não conseguiu passar da ronda 3 em nenhuma das 4 etapas que participou no World Tour 2024, sendo que a isso ainda juntou uma ausência por alegada lesão na etapa de Peniche. Contas feitas, o 11 vezes campeão mundial foi um dos três surfistas pior classificados do ranking, a par do havaiano Eli Hanneman e do brasileiro Deivid Silva, todos com 5320 pontos.

"Não consegui um milagre esta semana, mas fiz muitos milagres ao longo dos anos e, sinceramente, ainda tinha uma réstia de esperança. Ainda pensei que pudesse conseguir, mas perder para o número um mundial não é mau. É engraçado ter mais de 50 anos e continuar a mexer com as novas gerações. Ver esta nova fornada de talentos a surgir e poder terminar frente ao Griffin Colapinto foi bom", admitiu Slater.

Depois de no ano passado já não ter conseguido fazer o cut, Slater acabou por beneficiar de um wildcard de temporada para 2024. Contudo, desta vez, isso já não irá acontecer, uma vez que os wildcards para 2025 serão atribuídos ao campeão mundial Filipe Toledo, que decidiu tirar um ano sabático mas que irá regressar na próxima época, e para o também brasileiro João Chianca, que não competiu em qualquer etapa da presente temporada devido a uma lesão sofrida na pré-temporada.

Ainda assim, é bastante provável que os fãs do surf continuem a ver Slater em ação no Tour, através de wildcards de etapa, sobretudo nos principais palcos do surf mundial, como as ondas tubulares de Pipeline, Teahupoo ou Cloudbreak, onde ainda consegue rivalizar com os melhores. Aliás, o próprio admitiu ter pedido à WSL um wildcard para a etapa de Cloudbreak, nas Fiji, que se vai realizar em agosto próximo.

Além disso, KS ainda está a ponderar competir na Gold Coast australiana, na etapa inaugural do circuito Challenger Series, mas apenas por "diversão" e não com o intuito de fazer todo o circuito secundário em busca de uma requalificação para a elite mundial, depois de ter sido convidado pelos responsáveis da WSL. 

Por João Vasco Nunes
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