Yolanda Hopkins de olhos postos na qualificação para o circuito mundial

Ericeira vai ser palco de etapa importante para as contas do circuito Challenger Series

Conferência da WSL com presença de surfistas e representantes em Portugal
Conferência da WSL com presença de surfistas e representantes em Portugal • Foto: Pedro Mestre/WSL

A partir da próxima segunda-feira, os melhores surfistas de cada continente vão competir nas ondas de Ribeira d’Ilhas, na Ericeira, por importantes e decisivos pontos para a luta pela qualificação para o circuito mundial de surf. O EDP Ericeira Pro é a quarta de sete etapas do Circuito Challenger Series, ou seja, o Equador de um certamente que apura os 10 melhores surfistas do ranking masculino e as sete melhores do ranking feminino. Com três portuguesas atualmente entre as seis primeiras do ranking feminino, sendo Yolanda Hopkins a atual vice-líder, esta promete ser uma temporada histórica para o surf feminino nacional. E a surfista algarvia, que se sagrou recentemente vice-campeã mundial ISA, garante que está com a motivação em alta para carimbar já na Ericeira um resultado que a torne na primeira portuguesa a garantir a qualificação para a elite mundial do surf feminino.

“É sempre bom competir em casa”, começou por afirmar Yolanda, durante a conferência de imprensa de lançamento da prova portuguesa, que se realizou esta sexta-feira na vila do concelho de Mafra. “Este ano tem-me corrido bastante bem, estou feliz com a minha performance”, frisou, antes de saudar o momento de forma do trio que tem elevado bem alto a bandeira nacional neste circuito, com Francisca Veselko a ser a atual número 5 do ranking e Teresa Bonvalot a número 6. “Tivemos uma entrada em força, as três, e estamos no top 7. O surf está lá, agora, é só manter a consistência. Estou com bastante confiança de que Portugal vai estar no circuito mundial feminino no próximo ano. E sinto que este vai ser o meu ano”, rematou.

Com um segundo lugar e dois quintos lugares nas três etapas já disputadas em 2025, Yolanda sente que um grande resultado na Ericeira pode carimbar a qualificação de forma antecipada. Até porque nas contas finais apenas irão valer os cinco melhores resultados entre as sete etapas e, para já, a surfista algarvia tem estado bastante regular. Uma final em Ribeira d’Ilhas deverá chegar para fazer história, numa altura em que está a menos de 1500 pontos de distância da francesa Tya Zebrowski, que, com somente 14 anos, é a atual líder do ranking. A jovem natural do Taiti também esteve presente na conferência de imprensa e, tal como Yolanda, pretende garantir um bom resultado em Portugal para ficar mais perto do sonho de chegar ao circuito principal.

Campeão com wildcard

No lado masculino a prestação portuguesa não tem sido tão brilhante, com Frederico Morais e Afonso Antunes arredados dos primeiros lugares do ranking. Contudo, na Ericeira a armada lusa vai ser reforçada por Guilherme Ribeiro. O campeão nacional em título está a viver uma fase positiva, depois de um triunfo no circuito de qualificação europeu, que o colocou na liderança do ranking e com grandes possibilidades de voltar a integrar o circuito Challenger Series na próxima temporada. “Foi a resiliência e o trabalho que levaram a essa vitória, sinto-me melhor que nunca, mas já me sentia no início do ano. Sabia que o meu momento ia aparecer e apareceu em Pantín. Agora, quero dar o meu melhor neste campeonato”, frisou o jovem surfista da Costa de Caparica.

Já Frederico, que ocupa atualmente o 53.º posto do ranking, frisou que esta é uma temporada em que tenta regressar a 100 por cento, depois da grave lesão sofrida num tornozelo e salientou a importância de competir frente ao público português. “Sinto-me bem, ainda não estou a 100 por cento, mas o suficiente para competir e tentar mostrar surf. Este ano é para sentir e evoluir com a lesão... A seguir ao Brasil já tenho cirurgia marcada para tirar os parafusos. Aos poucos e poucos chegarei aos 100 por cento”, prometeu Kikas.

O australiano Jacob Willcox, que lidera o ranking masculino, também esteve presente na apresentação do EDP Ericeira Pro e lembrou a ligação que tem ao nosso país, pois foi várias vezes wildcard na etapa de Peniche do circuito mundial. Foi há 12 anos a primeira aventura em ondas portuguesas, numa altura em que, como o próprio brincou, a jovem Tya Zebrowski tinha apenas dois anos de idade. “É um lugar que amo, por isso estou feliz de voltar. Esta é uma onda que se adapta ao meu surf e espero que este ano corra bem”, rematou Willcox.

Este sábado irão realizar-se os trials locais que irão oferecer mais duas vagas no evento, podendo, assim, aumentar o contingente português em Ribeira d’Ilhas. E as previsões apontam para uma boa semana de ondas, o que pode ajudar a elevar ainda mais o espetáculo em Ribeira d’Ilhas, num verdadeiro estádio natural do surf e numa das praias mais míticas do surf europeu.

Por João Vasco Nunes
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