João Sousa de olho em Paris'2024: «Tenho que estar no 60.º ou 70.º lugar do ranking, é um objetivo»

• Foto: Vítor Chi

João Sousa ainda tem vontade de continuar no circuito, embora prefira não traçar objetivos a curto prazo no ténis, uma modalidade em que lhe falta estar no Grupo Mundial da Taça Davis, num percurso que, gostaria, passasse por Paris'2024.

João Sousa pode ser o melhor tenista português de sempre - e nem é apenas por ser o único com títulos ATP de singulares, ou por ter alcançado o melhor ranking de sempre (28.º) de um jogador nacional -, mas nunca se deslumbrou com os seus feitos, tal como agora se mantém sereno perante a sua nova realidade.

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"Há momentos menos bons, há momentos melhores. Eu, felizmente, nos últimos 10 anos, estive oito dentro do top 100, que é aquilo que eu sempre ambicionei. Demonstrei que não era por acaso que estava no top 100, e no top 50. Nomeadamente, houve anos que eu acabei no top 50. E, portanto, é aí que eu acho que pertenço, independentemente do nível a que eu estou a jogar ou não. É um nível que eu consegui alcançar durante muitos anos e isso não é apenas sorte, como há pessoas, se calhar, que podem vir e dizer", destacou.

O vimaranense acredita que o seu percurso consistente, perturbado por uma lesão grave no pé esquerdo no final de 2019, é fruto de um "bom trabalho", "de uma equipa por trás muito boa, de um treinador [Frederico Marques] que exige bastante, que está presente".

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"Fisicamente" bastante melhor, e apenas "com algumas mazelas", mas sem "nenhuma lesão", o atual número dois português abordou, em entrevista à agência Lusa, durante o Oeiras Open 3, as perspetivas para os próximos meses.

"Não costumo falar de números, nunca falei, mas obviamente o acabar no top 100 seria um objetivo que está na minha cabeça, porque sempre esteve todos os anos, não é por estar agora a 140 que vai deixar de estar. Há uns anos, se calhar, o meu objetivo era outro, era top 30 e top 50, mas neste momento, estando a 150, tenho que ser realista", lançou o 157.º classificado da hierarquia ATP.

Com 34 anos, Sousa assume-se como um veterano "no que diz respeito à maturidade ou à experiência no circuito" de ténis, mas, "em termos de idade", não se sente "velho".

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"Não, seis [anos] não diria, porque a parte mental também é importante. Mas vamos ver, vamos ver como é que os resultados acompanham, se os resultados acompanharem eu vou-me mantendo, se não acompanharem obviamente...", respondeu, sem concretizar, depois de ser questionado sobre se se via a jogar mais seis anos.

"Para já", o campeão de Kuala Lumpur (2013), Valência (2015), Estoril Open (2018) e Pune (2022) tem vontade de continuar no circuito.

"Se vir que o nível está lá, sim. Se vir que o meu nível começa a descer, então não, não é? Eu jogo ténis para jogar os grandes torneios, como já o fiz. E, claro, nesse sentido estou mal habituado por ter jogado os bons torneios", admitiu.

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Histórico para o ténis nacional, o jogador com mais internacionalizações por Portugal na Taça Davis reconhece que no seu bem-sucedido percurso falta a presença no Grupo Mundial da principal competição do ténis por seleções.

"Esse é um objetivo que sempre tivemos em mente e que, infelizmente, nos tem escapado, e não acho que seja por falta de nível da nossa parte. [...] Sempre disse que, para mim, é um privilégio poder jogar por Portugal, e, obviamente, não ter alcançado esse objetivo que temos desde miúdos, é difícil de aceitar um bocadinho, mas estamos na luta ainda", defendeu.

Olhando para a sua carreira, o vimaranense garante não pensar, "em termos de resultados", em nada mais que gostaria de ter alcançado.

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"Sempre fui um atleta que foi passo a passo, devagar, a subir, sendo bastante terrenal. [...] Acho que fiz coisas positivas na minha carreira. Obviamente, uma pessoa quer sempre mais, mas também temos que ser conscientes da realidade e, neste momento, a minha realidade é que estou a 150 do mundo, ou 160, e portanto tenho que ser bastante humilde para perceber que os objetivos têm que ser traçados a curto prazo, não a longo", vincou.

No entanto, desafiado pela Lusa a perspetivar uma presença em Paris2024, aquele que já é o único tenista luso a ter disputado os quadros de singulares de duas edições de Jogos Olímpicos (Rio'2016 e Tóquio'2020) - algo que o próprio "não sabia" - não escondeu que gostaria de estar na capital francesa.

"É para o ano. [...] Sim, podia eventualmente passar por aí, um bom objetivo. Não pensei nisso, quer dizer, já pensei...", disse, realçando, contudo, que não anda "à procura de recordes", mas que a experiência de estar nuns Jogos Olímpicos é "incrível".

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Para o vimaranense, "representar o país nos Jogos Olímpicos é algo extraordinário e que não muitas pessoas conseguem alcançar".

"Eu, felizmente, fi-lo por duas vezes. Vamos ver, neste momento, como digo, para ir aos Jogos Olímpicos tenho que estar a 60 ou 70 do mundo... Obviamente, é um objetivo que tenho em mente, porque penso nisso, mas não no sentido de procurar recordes... Se for aos Jogos Olímpicos, é para fazer um bom resultado e é para ir lá, quem sabe, ganhar uma medalha", concluiu.

Por Lusa
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