Nova Iorque parou para a assistir a um dos duelos do ano entre Novak Djokovic e Roger Federer. O encontro, que se prolongou por 3 horas e 20 minutos, voltou a corresponder às expetativas e o vencedor voltou a ser aquele que ter levantado a maioria dos principais troféus da modalidade ao longo dos últimos anos: o sérvio atual número um mundial.

Durante os quatro sets, Roger Federer foi sempre o jogador mais apoiado pelo público, com as 20 mil pessoas presentes no Arthur Ashe Stadium a criarem em Nova Iorque um verdadeiro ambiente de Taça Davis a favor do suíço. Djokovic justificou essa clara tendência pelo estatuto de lenda do helvético, mas confessou esperar um dia também ter o público do seu lado desta forma. Tudo parece indicar que o atual número um do Mundo está no caminho certo. Porquê?

1 - É o quinto jogador a chegar aos dois dígitos de Grand Slams na Era Open

Novak Djokovic somou este domingo o segundo título no US Open, superando a desilusão das finais perdidas em 2012 (Andy Murray) e 2013 (Rafael Nadal) e chegou à marca sempre importante dos 10 títulos do Grand Slam, tornando-se apenas no quinto jogador a atingir os dois dígitos na Era Open.

17 - Roger Federer
14 - Rafael Nadal e Pete Sampras
11 - Bjorn Borg
10 - Novak Djokovic

2- Três Grand Slams num ano por duas vezes diferentes só ele e Federer

Numa quinzena em que muito se falou da hipótese de Serena Williams chegar ao Grand Slam de calendário, Novak Djokovic até acabou por ficar mais perto desse feito do que a norte-americana. É que o sérvio juntou o título do US Open aos do Australian Open e Wimbledon e só falhou o de Roland Garros... na final, diante de Stan Wawrinka e num encontro em que até era super favorito.

Ainda assim, Novak Djokovic terminou a temporada com três títulos do Grand Slam no bolso pela segunda vez, depois de ter feito semelhante feito em 2011, onde também só não ganhou Roland Garros, travado então nas meias-finais por Stan Wawrinka. Roger Federer fez igual feito em 2004, 2006 e 2007, épocas em que ganhou também todos os Majors menos Roland Garros. Nadal ganhou três Grand Slams em 2010: Roland Garros, Wimbledon e US Open.

3- Todos os primeiros três Masters 1000 de uma época... só ele

Em Abril, Novak Djokovic tornou-se no primeiro jogador da história a confirmar a vitória nos três primeiros Masters 1000 do calendário tenístico: Indian Wells, Miami e Monte Carlo. A esses títulos, Djokovic juntou o triunfo nos últimos dois grandes torneios de 2014 (Paris e Masters de Londres) e a vitória no primeiro Grand Slam de 2015, o Australian Open: de outubro a abril o domínio foi absoluto.

4- Recorde de pontos no ranking ATP

Novak Djokovic conquistou o US Open e com isso somou não só mais de três milhões de euros como 2000 pontos para o ranking ATP. O sérvio, que tem agora quase 7000 de vantagem para o segundo classificado, Roger Federer, e é o novo recordista mundial de pontos no novo sistema de ranking: 16,145, mais do qualquer outro jogador na história.

5- Fez tudo isto numa geração com Roger Federer e Rafael Nadal

Se ficou impressionado com os quatro pontos anteriores, há uma razão final que sustenta todas as outras. O facto de Novak Djokovic ter atingido tudo o que atingiu numa geração que conta com aqueles que são considerados os dois melhores tenistas de todos os tempos: Roger Federer e Rafael Nadal.

O sérvio passou a primeira metade na sua carreira na sombra dos dois campeoníssimos, mas desde 2011 tem sido, com pequenos períodos de pausa em 2012 e 2013, o grande dominador do circuito, fechando quatro das últimas cinco temporadas no primeiro lugar do ranking mundial (2011, 2012, 2014 e 2015).