Open Internacional: Maria João Koehler supera 'super treinador' David Taylor

A final entre a australiana Ellen Perez e a suíça Lulu Sun, tem a curiosidade de apresentar jogadoras com treinadores portugueses

• Foto: Carlos Alves Sousa
Dois treinadores portugueses vão, de certa forma, medir forças na final do 1.º Open Internacional de Ténis Feminino de São Domingos de Benfica, uma vez que as jogadoras por si orientadas qualificaram-se hoje (Sábado) para a decisão do título mais importante desta prova de 25 mil dólares em prémios monetários, cerca de 21 mil euros, a decorrer nos hardcourts do Bairro São João Ténis, em Lisboa, organizado pela MP Ténis, Federação Portuguesa de Ténis (FPT) e a Junta de Freguesia local.
 
A australiana Ellen Perez, a 3.ª cabeça de série, é treinada por Maria João Koehler, seis vezes campeã nacional em Portugal e vencedora de quatro títulos do ITF World Tennis Tour, enquanto a suíça Lulu Sun recebe o apoio técnico de Miguel Semedo, que chegou a ser semifinalista num Future em Oliveira de Azeméis.
 
As meias-finais caracterizaram-se por um extremo calor, com mais de 35 graus Celsius, pouco vento e muita humidade. Uma provação que levou o juiz-árbitro Dino Almeida a permitir um intervalo prolongado entre sets. Outra característica da jornada de hoje foi contar com três esquerdinas e iremos ter uma final entre "canhotas".
 
Num combate entre australianas, Ellen Perez, de 25 anos, 235.ª no ranking mundial e 3.ª cabeça de série, vergou Olivia Gadecki, de 19 anos, 394.ª na lista da WTA, vinda da fase de qualificação, por 6-0 e 6-4, em 1h17. Gadecki esteve muito abaixo do que produziu ao longo da semana. Ou rebentou fisicamente, por ser já o seu sexto encontro da semana, ou acusou o facto de medir forças com uma compatriota mais conhecida, que é a n.º 50 no circuito de pares e apurou-se recentemente para os Jogos Olímpicos, para jogar pares ao lado da famosa Sam Stosur. O certo é que a australiana mais jovem afundou-se num mar de faltas não provocadas.
 
Este duelo teve a curiosidade de o treinador de Olivia Gadecki ser um dos mais conceituados técnicos do circuito mundial feminino. Tornou-se famoso pelo trabalho com Sam Stosur, levando-a de fora do top-100 mundial ao top-10 e ainda à conquista do US Open, batendo a campeoníssima Serena Williams na final de 2011. Mas, para além dela, orientou ainda três jogadoras que chegaram a liderar o ranking mundial (Ana Ivanovic, Martina Hingis e Naomi Osaka), cinco que, a dada altura, venceram Majors (para além das quatro mencionadas, também Jelena Ostapenko) e ainda Alicia Molik e Madison Keys que já estiveram no top-10. Foi também capitão da seleção australiana da Fed Cup (agora Billie Jean King Cup) e dos Jogos Olímpicos.
 
De certa forma, MJK foi melhor do que David Taylor e Ellen Perez, que tem alguma ascendência espanhola, está também a jogar por MJK. «Sinto que devo isto à minha treinadora e disse-lhe que se há um torneio que tenho de ganhar é este em Portugal», sublinhou a australiana que está pela décima vez na final de um torneio do ITF World Tennis Tour e que tenta amanhã conquistar o seu terceiro título.
 
Na outra meia-final, a suíça Lulu Sun, de 20 anos, 737.ª no ranking mundial, bateu a finlandesa Anastasia Kulikova, de 21 anos, 393.ª na hierarquia internacional, por 3-6, 7-6 (7/4) e 6-0, em 2h30, sendo a terceira vez em quatro encontros esta semana que recupera de um set abaixo.
 
Este primeiro confronto entre ambas teve a curiosidade de Lulu Sun ser uma helvética, nascida na Nova Zelândia, filha de uma chinesa e de um croata, residentes na Suíça, enquanto "Nastia" Kulikova nasceu na Rússia e representou este país até 2018, altura em mudou de nacionalidade para finlandesa.
 
"Hoje foi, sem dúvida, uma luta com o calor, com a humidade, e também por ter defrontado outra esquerdina como eu, o que é sempre traiçoeiro. Estava a tentar manter a cabeça no encontro, estivesse a perder ou a ganhar, e diria que o aspeto mental foi um dos mais importantes, principalmente no final do segundo set", disse Lulu Sun, que ainda feriu um joelho ao apoiá-lo no solo, sendo necessário a intervenção da fisioterapeuta Rita Santos para estancar o sangue.
 
Lulu Sun está na final de um torneio do ITF World Tennis Tour pela segunda semana seguida, depois de ter perdido há sete dias na final do torneio 25 mil dólares de Palma del Rio, em Espanha, onde veio da fase de qualificação. Vai, pois, numa série de 10 encontros disputados em duas semanas, cinco deles em três sets, e é caso para dizer que a ligação com o treinador Miguel Semedo está a dar resultado.
 
"Ele encoraja-me sempre, diz-me que fiz o correto, mesmo quando falho uma pancada, o que às vezes ajuda, e acho que sim, que estas três semanas com ele têm sido mesmo boas», disse a suíça que procura um quarto título internacional e que vai defrontar amanhã Ellen Perez pela primeira vez, numa final marcada para as 11h00. «Vou estar pronta para o desafio", assegura.  
 
Entretanto, disputou-se também a final de pares, na qual as segundas cabeças de série, a coreana Na-Lae Han e a japonesa Momoko Kobori, ultrapassaram a brasileira Ingrid Gamarra Martins e a chinesa Shuyue Ma por 6-3 e 6-1, em 57 minutos. Na-Lae Han e Momoko Kobori conquistaram o primeiro título de pares juntas e logo no segundo torneio em que emparceiraram, mas, para a coreana é já o seu 23.º troféu de pares (um deles de nível WTA, em Seul 2018). A japonesa somou a sua nona vitória em torneios internacionais de pares. Ingrid Gamarra Martins e Shuyue Ma uniram forças pela primeira vez em São Domingos de Benfica e não se deram nada mal.
 
Amanhã (Domingo), mesmo antes da final de singulares, haverá, a partir das 9h30, uma exibição de elementos da seleção nacional de ténis em cadeira de rodas, em singulares e depois num par em que jogarão ao lado da ex-jogadora da Fed Cup Maria João Koehler e do antigo internacional da Taça Davis Manuel Sousa.
Por Hugo Ribeiro
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