Soderling relata drama que o levou a abandonar o ténis aos 31 anos

O antigo tenista revela que se sentia constantemente cansado e que estava doente a toda a hora

Robin Soderling fica para a história como o primeiro tenista a vencer Rafael Nadal em Roland Garros, a prova de terra batida, na qual o espanhol tem sido praticamente invencível, mas uma mononucleose infeciosa levou-o a anunciar o fim da carreira, aos 31 anos, sendo que já não competia há quatro. Agora,cinco anos depois da sua retirada, o sueco abriu o coração e explicou todo o processo pelo qual passou.

"Foi muito difícil tomar a decisão de abandonar o ténis. Joguei a minha última partida aos 27 anos e na minha cabeça estava jogar mais alguns anos. Estava no topo da minha carreira quando me foi diagnosticada uma mononucleose infeciosa. Já antes, durante muito tempo, me haviam detetado stress e cansaço, mas continuei a jogar. Estava doente a toda a hora, pois o meu sistema imunitária estava fraco, mas segui", começou por relatar ao portal 'Behind the racquet', tendo explicado, ainda, como teve conhecimento da doença: "Na minha cabeça sabia qual algo não estava bem, mas as análises davam resultados positivos. Estava a jogar bem até que contraí mononucleose. sentia que a combinação do meu mau sistema munitário e os treinos me afetavam. Os médicos disseram que a primeira vez que o tive foi em Indian Wells, em 2011. Ao princípio não liguei, mas tudo foi piorando até ao meu último torneio en Bastad [n.d.r o qual venceu]. Estive seis meses sem sair de casa". 

Apesar do diagnóstico não ser nada positivo, Soderling relata que não atirou logo a toalha ao chão e que tentou contrair a doença. Todavia, esta era implacável. "Um ano depois comecei a sentir-me melhor. Queria treinar, aumentar a intensidade e então voltaram os sintomas. Sentia-me cansado e a febre voltou. Isto aconteceu durante vários anos e foi frustrante. Estive três anos a tentar voltar, mas em vão. Aceitei que não dava mais e quando tomei a decisão definitiva de parar, foi duro, mas também um alívio. Sabia que não tinha que continuar a lutar para voltar e continuar a viver nesta incerteza", explicou o antigo tenista que, apesar do abandono precoce da carreira, conquistou dez títulos ATP. 

A verdade é que Soderling aceitou o problema e, depois disso, foi obrigado a reorganizar a sua vida, a qual estava centrada no ténis. "Depois de tomar a decisão, aceitei o problema e nos primeiros seis anos não estava nada preocupado com o ténis. Foi um bom descanso. Quando estás doente de verdade, percebes que a saúde é mesmo o mais importante. É uma loucura, pois durante toda a minha carreira, só me preocupava com isso. Agora, só me preocupava em estar melhor, era simples. Depois estive um tempo a ver ténis pela televisão, com os jogadores que tinha defrontado e queria voltar de novo. Mas no primeiro ano fora, não fiz atividade física e demorei cinco anos para voltar ao ponto em que poderia treinar como queria. Não me arrependo do que fiz. Ser um atleta top não é fácil, em qualquer desporto. E há momentos na carreira em que se desejava voltar a trás e não termos que levar tudo tão a sério. E à medida que os anos iam passando comecei a fazer coisas que me davam prazer. Percebi que era isto que necessitava para ser melhor. É que valia a pena se ganhavas e subias no ranking, mas se tal não acontecia, sentia-me lixado. Agora, para mim, o ténis é só um desporto", vincou Soderling, atualmente com 35 anos. 

Todavia, o sueco não esconde que o ténis lhe deu muitas alegrias, sendo que a maior, claro está, foi o triunfo a Rafael Nadal em Roland Garros. 

"As pessoas lembram-se sempre de quando lhe ganhei, em 2009. Claro que foi incrível. Ninguém no mundo esperava que eu ganhasse. Foi difícil, porque depois de lhe apertar a mão percebi que aquilo não era a final. Pensei, 'não estejas demasiado feliz, não te relaxes'. Não queria ser o rapaz que ganhou ao Rafael Nadal e depois perdeu a final. Só percebi o impacto, quando cheguei ao balneário e tinha quase 350 mensagens. Registei o apoio que recebi nesse dia, mas a história maior é do Rafel Nadal, jamais veremos alguém ganhar 12 Grand Slams outra vez", enalteceu Soderling.

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