Thiem explica por que o ténis é "um desporto para ricos": «Entre os 13 e os 18 anos precisas de 1 milhão»

Ex-tenista austríaco assegura que não é fácil chegar ao circuito profissional

Dominic Thiem pendurou as raquetas e agora ajuda jovens talentos
Dominic Thiem pendurou as raquetas e agora ajuda jovens talentos • Foto: AP

São muitos os jovens tenistas que sonham um pouco por todo o Mundo com uma carreira no circuito, mas os que conseguem lá chegar têm de contar com um forte investimento dos pais ou de um patrocinador. Dominic Thiem, ex-tenista austríaco, de 32 anos, que chegou a ser número 3 ATP, não tem dúvidas de que o ténis "é um desporto para ricos".

"A formação é muito cara. Entre os 13 e os 18 anos, até ao ponto em que o jovem começa a ganhar dinheiro, é preciso gastar quase um milhão de euros, uma quantia que praticamente ninguém consegue suportar", considerou o vencedor do US Open em 2020 e finalista em Ronaldo Garros (2018 e 2019) e no Open da Austrália (2020), em declarações ao 'Jot Down Sport'.

Thiem dedica-se agora ao desenvolvimento de novos talentos até porque sabe o quão difícil é chegar à elite do ténis mundial. "Mesmo que ajudemos os pais e  procuremos patrocinadores ou investidores para financiar a carreira, continua a ser caríssimo. Quando tens 15 ou 16 anos e começas a jogar os torneios do Grand Slam em juniores, viajas quase como um profissional, são 30 a 35 semanas por ano. E como não há prémios em dinheiro, apenas gastas. É preciso apoio. Na nossa academia procuramos ajudar as famílias com menos recursos para que um rapaz ou uma rapariga com talento possam alcançar os seus sonhos." 

Muitos recorrem a investimentos privados, que mais tarde acabam por pagar. "É bastante comum. Alguém investe 50 ou 100 mil euros por ano em ti e recebe, depois, uma percentagem das tuas receitas futuras, normalmente com um limite máximo. Eu fiz isso. Quando tinha uns 15 ou 16 anos recebia 80 mil euros por ano e devolvi a partir dos 21, quando comecei a ganhar mais."

Thiem explica também que os prémios chorudos que os tenistas recebem nos torneios do Grand Slam rapidamente desaparecem. "Os números que se publicam parecem enormes, mas num cheque de 60 mil libras em Wimbledon, por exemplo, 60 por cento 'perde-se' facilmente entre impostos, gastos próprios, despesas com treinadores, fisioterapeutas e viagens da equipa."

Por Isabel Dantas
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