Qualquer gesto de fair-play no desporto deve ser elogiado, mais ainda quando eles são protagonizados pelo mais jovens, classe etária nem sempre falada pelas melhores razões, mas quando as há, é necessário publicitá-las até para servirem de exemplo para os mais velhos. Vem isto a propósito do gesto que uma equipa de juvenis femininos teve para com uma formação adversária num torneio de voleibol, a fase final distrital de Castelo Branco, do Desporto Escolar 2024/25.

Tudo aconteceu quando a Escola Secundária Frei Heitor Pinto da Covilhã, liderada pelo professor João Sá Pinho, terminou no quarto lugar, após perder todos os jogos frente às restantes três equipas albicastrenses, em representação de escolas da cidade, sendo que uma destas formação de Castelo Branco terminou no terceiro posto. Só que mais tarde viria a ser relegada da última posição do pódio porque participou na competição sem árbitro, o que vai contra o regulamento.

Já no balneário, as próprias jogadoras da Escola Secundária Frei Heitor Pinto da Covilhã decidiram que as medalhas que iriam receber por terem sido promovidas a terceiras não tinham razão de ser e que deveriam ser atribuídas à equipa adversária, que no recinto mostrou ser a mais forte.

"Apresentei às atletas dois cenários possíveis, perante uma situação atípica. Assim, pedi às alunas para tomarem uma decisão e me comunicarem posteriormente e saí de imediato do balneário. Minutos depois, elas aproximaram-se de mim, para me transmitir a sua decisão, enquanto equipa. Fiquei orgulhoso por escolherem o caminho do fair-play. A decisão foi das alunas/jogadoras. É bom trabalhar com excelentes seres humanos”, contou o professor João Sá Pinho, na página do Facebook da referida escola.

O gesto de fair-play foi depois materializado na cerimónia de entrega das medalhas, com as atletas da Escola Secundária Frei Heitor Pinto da Covilhã a entregá-las à equipa de Castelo Branco.