Scolari e o dia da morte do pai de Ronaldo: «Não sabia como contar-lhe. Foi muito difícil»

Antigo selecionador nacional recorda, ao 'Daily Mail', o momento "difícil" que ajudou a fortalecer a relação de amizade com CR7

• Foto: Reuters

Luis Felipe Scolari recordou esta terça-feira, em entrevista exclusiva ao jornal 'Daily Mail', o dia em que teve de contar a Cristiano Ronaldo sobre a morte do seu pai nas vésperas de um jogo com a Rússia, de apuramento para o Mundial de 2006.

O antigo selecionador nacional lembrou o quão "difícil" foi dar a notícia ao avançado, mas considera que o momento contribuiu em muito para fortalecer a relação entre os dois.

"Foi muito difícil. Foi o momento que criou um laço muito forte entre nós, um laço que ultrapassa a relação entre treinador e atleta. Quando a notícia chegou até nós, antes de um jogo contra a Rússia, ninguém sabia como contar-lhe e ninguém queria fazê-lo também. Então eu disse-lhes que faria isso porque sabia como era perder um pai, pois tinha perdido o meu uns anos antes", começou por contar, continuando: "Foi muito triste, mas é o tipo de momentos que nos faz criar uma relação de amizade verdadeira. No dia seguinte, o Cristiano fez um jogo maravilhoso e regressou a Portugal. Ele pediu para jogar. 'Não posso fazer nada pelo meu pai hoje, então vou jogar amanhã e depois vou embora'".

Cristiano Ronaldo ficará para sempre na história do futebol como um dos melhores atletas de sempre do desporto-rei, mas Scolari considera que é a dedicação e o empenho do craque português que faz com que continue, época atrás de época, no topo.

"É certamente o mais dedicado de todos os que já treinei. O mais talentoso? Talvez não. O talento não é uma das primeiras características que nos salta à vista quando nos lembramos de Ronaldo, mas a dedicação dele faz com que ele seja quem ele hoje é. Essa sim, é a primeira característica que nos vem à memória quando pensamos em Ronaldo", atirou.

A "máquina de fazer golos" e os créditos a Ferguson

"Bem, ele é uma verdadeira máquina de fazer golos. É um rapaz fantástico. Eu vi-o pela primeira vez no Sporting, em 2003, com um grande desejo e muita vontade. Hoje em dia, o desejo dele é ainda maior do que no início da carreira. É uma grande pessoa. Às vezes não percebemos quão boa pessoa ele é fora do relvado. É muito dedicado. Ele preparou-se para ser um verdadeiro atleta."

"Nós [a equipa técnica que liderava na Seleção] não participámos ativamente no processo de construção de Cristiano Ronaldo, mas Ferguson e os treinadores da formação do Manchester United têm muita responsabilidade na evolução de Cristiano e em quem ele é hoje. Deixa-me muito contente ver que ele está ao mais alto nível até aos dias de hoje", terminou.

Por Record
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