Ricardo Costa

Ricardo Costa
Ricardo Costa Deputado

Desporto, Liberdade e Democracia

O 25 de Abril de 1974, a par da profunda viragem para a democracia, marcou, também, um ponto de inflexão na forma como o desporto se organizava e era vivido em Portugal. A ditadura do Estado Novo olhava para o desporto, e sobretudo para o futebol, como um instrumento de propaganda política e de controlo social.

Organismos como a Mocidade Portuguesa e a Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho tutelavam a prática desportiva para fins “educativos” e de lazer, mantendo o futebol “preso” sob o controlo do aparelho de Estado. Os protestos dos estudantes, em plena crise académica, na final de Taça de Portugal de 1969, disputada no Jamor entre Académica e Benfica, foi um marco premonitório para a mudança que se adivinhava. 

Com a Revolução, e a queda de todo o aparelho repressivo da ditadura, o desporto em Portugal reinventou-se. A propaganda e o controlo social deram lugar à organização desportiva livre e democrática. Os diferentes governos em democracia e as estruturas federativas, para as diferentes modalidades, democratizaram o acesso ao desporto e fomentaram o sucesso.

Os números do Instituto Português do Desporto e Juventude disso dão nota. Entre1996 e 2023, intervalo de tempo com dados oficiais disponíveis, verifica-se um enorme crescimento da prática desportiva em Portugal. O número de praticantes federados triplicou (de 265.588 para 773.845 praticantes). Nas mulheres, esta democratização do desporto é ainda mais expressiva e, entre as mesmas datas, o número de praticantes cresceu sete vezes (de 35.116 para 243.917 praticantes). Uma verdadeira revolução pelo desporto.

Já sobre o futebol de hoje, e mais concretamente do último fim-de-semana, as equipas vimaranenses tiveram sortes diferentes. O Vitória derrotou de forma clara o Rio Ave, perante mais de 17 mil espectadores. O jogo decidiu-se numa primeira parte avassaladora, com três golos. Esta grande exibição do Vitória é um bom augúrio para as “três finais” que restam até ao final da Liga Portugal. O Moreirense, por seu turno, frente ao Nacional, próximo adversário do Vitória, concedeu um empate a uma bola no seu estádio, assegurou, todavia, e definitivamente, a presença para a próxima época no escalão principal do futebol português.

Para finalizar, uma saudação e um lembrete. Saudar a judoca Patrícia Sampaio que se sagrou campeã europeia de judo, categoria de -78 kg, na capital de Montenegro, Podjorica, ao derrotar na final por ippon a alemã Anna Olek. E lembrar que, no próximo fim-de semana, o polo aquático do Vitória começa a disputar a final do campeonato nacional masculino, à melhor de cinco, contra o Sporting, com dois jogos caseiros no complexo de piscinas de Guimarães, sábado às 19h00 e domingo às 17h30.

Assim, pulsa o desporto livre e democrático em Guimarães e em Portugal, 51 anos depois do dia inicial inteiro e limpo de Sophia.

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