Carlos Ribeiro
Nada de auspicioso. O primeiro embate foi com a realidade — e esse é sempre o mais duro. A equipa mostrou-se frágil atrás e inofensiva à frente. Mais do que isso, pareceu presa a um sistema que lhe deu pouco suporte e equilíbrio, incapaz de reagir. Luís Pinto apontou, e com razão, um dado essencial: apenas nove faltas, metade das do adversário, demonstram falta de agressividade ou (acrescento eu) que o Vitória chegou, invariavelmente, tarde aos duelos.
Contudo, e não querendo relativizar, uma derrota num palco onde, nos últimos 28 anos, ganhámos apenas duas vezes está longe de ser motivo para colocar tudo em causa — e nisso costumamos ser pródigos. Passado o calor do jogo, o importante é perceber o que falhou e o quanto temos de melhorar.
Ao mesmo tempo, é preciso entender que esta primeira aparição também evidencia o quão delicado pode ser perder jogadores nesta fase, numa altura em que a ausência de encaixe financeiro relevante continua a manter indefinição quanto à composição final do plantel. Os alvos são fáceis de identificar e a sua saída seria um duro golpe em mais um momento de reconstrução.
O próximo jogo — como sempre no futebol — será a oportunidade para virar a página: ganhar, devolver confiança a quem joga e a quem vê jogar, e encontrar o conforto tático que ainda falta, ajudando a perceber se o problema está no ovo, na galinha ou na própria omelete. Vamos a isso!