Carlos Ribeiro
Que Vitória esperar? A expetativa repete-se, época após época. Mas, desta vez, há mais dúvidas do que certezas. Porque, ao contrário do que se esperava, não estaremos nas competições europeias. E isso muda muito — para quem gere, para quem treina, para quem sonha.
Não é só uma questão de prestígio ou orgulho; é um impacto direto nas contas, nos reforços, nas metas. E, no Vitória, onde o equilíbrio financeiro tem sido uma meta difícil de alcançar sem perder competitividade, ficar fora da Europa significa entrar num verão com menos argumentos — e com mais dúvidas do que respostas.
É verdade que a época passada teve momentos de qualidade e exibições sólidas, mas, num clube que se habituou — e habituou os seus — a olhar para cima, ficar em sexto, e sem Europa, sabe a pouco. Não apenas por orgulho, mas porque todos sabemos o que está em jogo: menos receitas, menos vitrina.
E é aí que entra o tema quente: o mercado. Filipe Relvas, reforço recente, já saiu. Villanueva e João Mendes também. Este último, confesso, com surpresa. Para as entradas, será necessário critério. Lebedenko, Nóbrega, Blanco, Mitrovic e Castillo — espera-se que acrescentem. Assim como se espera que Luís Pinto possa ser um treinador que coloque fim a este “haraquiri dos bancos” de que parecemos sofrer.
O adepto do Vitória aceita quase tudo, menos a ideia de que somos menos. Que este seja um ano em que se plantem as sementes certas. Porque o salto não se dá em julho. Dá-se com ideias, escolhas certas e coragem.