Carlos Ribeiro

Carlos Ribeiro
Carlos Ribeiro Professor Universitário

O futebol dos pesos e das medidas

O VAR era suposto trazer justiça, mas por cá transformou-se numa lupa das desigualdades. Amplia, mostra o detalhe - e, no fim, tudo fica na mesma. No último jogo em Guimarães, dois lances idênticos, duas decisões opostas. A tecnologia é nova, mas o velho vício de proteger os do costume é que nunca passa.

Não é o erro que me incomoda. O erro é humano e, por isso, inevitável. O que mina o jogo é o critério ou a falta dele. É nessa incoerência que o futebol português se perde, na eterna confusão entre interpretação e conveniência.

Ninguém pode prever o que aconteceria se as decisões fossem diferentes, mas é natural a irritação quando se vê aumentar o peso precisamente no prato que já estava mais carregado.

Ainda assim, seria demasiado fácil esconder tudo atrás da arbitragem. Dizia ao intervalo, entre amigos, que era o típico jogo em que me vinha à memória a expressão: “um não pode, o outro não quer”. E foi mesmo assim - até o adversário querer de vez. Do lado do Vitória, sobretudo na segunda parte, não houve rasgo nem plano. Nem sequer do banco, onde também Luis Pinto não conseguiu encontrar soluções para a clara dificuldade de ferir o adversário.

O próximo jogo com o Tondela é outro teste importante. Duas equipas em mau momento, mas ambas obrigadas a reagir. Do lado do Vitória, é tempo de recuperar o que já se perdeu, antes que a tabela nos empurre para as águas mais turbulentas.

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