Carlos Ribeiro
Num ápice, o frenesim dos jogos de pré-época já começou. Aqueles em que renovamos as apostas para a nova temporada ou formamos a primeira perceção sobre os reforços. Há quem lhe chame silly season, não só pelo mercado e pelas incertezas, mas também pela forma como tentamos adivinhar sucessos e fracassos ao mínimo êxito ou desaire destes jogos preparatórios.
Ano após ano, repetem-se as mesmas certezas: a de que o puzzle continua incompleto. Peças que chegam tarde, outras que saem antes de encaixar, e muitas que nunca chegam a fazer sentido no todo.
Esse é o desafio maior: perceber se conseguiremos quem falta para que o puzzle faça sentido e torcer para que os ventos do mercado deixem ficar as notas… e os anéis. Uma espécie de quadratura do círculo.
Mas essa é a mãe de todas as indefinições. O Vitória será sempre diferente com ou sem Händel, com ou sem Tiago — apenas para citar dois. Se acredito que ambos permaneçam? Não. E será ainda mais diferente se garantir alguém que assegure maior eficácia ofensiva, algo que, no contexto do campeonato português, pode fazer toda a diferença.
A pré-época é, por natureza, tempo de esperança, mas também de indefinição. As vozes já aquecem, os motores já foram à revisão. Falta a cola que una tudo isto: talento, qualidade e consistência, para garantir uma temporada melhor do que a anterior. No fundo, nada de novo. Se há coisas que no futebol não mudam, são estas: a esperança desmedida da silly season e o silêncio das dúvidas que ela nos traz.