Carlos Rodrigues
Fui um dos portugueses com o privilégio de assistir ao vivo ao jogo mais importante da história do nosso futebol. Antes do início da final de 2016, tudo parecia estar contra a nossa Seleção. Jogava no terreno do adversário, e há sempre a desconfiança de que os grandes torneios estão feitos para serem ganhos pelo país organizador. Depois, existia uma longa tradição de derrotas contra os franceses, pelo menos desde a meia-final de Chalana e Jordão. O muro parecia intransponível. Mais tarde na partida, ainda sem grandes contrariedades a registar, Cristiano lesionou-se, e isso foi a confirmação implícita dos maus augúrios que todos os adeptos portugueses traziam na bagagem. Estávamos perdidos. Entre o momento em que o grande capitão saiu, lesionado, e o golo de Éder, todos nós vivemos numa espécie de anestesia, sempre à espera da confirmação dos piores receios.