Nuno Saraiva

Nuno Saraiva
Nuno Saraiva Sócio do Sporting CP

Onde vai o Rúben, eu vou!

Desde 5 de dezembro de 2020, após um empate 2-2 em Famalicão, que a Nação Sportinguista se revê em absoluto no aforismo enunciado por Rúben Amorim decretando que, no Sporting, "onde vai um, vão todos!".

Nunca como hoje, e apesar das nossas frustrações naturais pelas provações atípicas que estamos a passar, fez tanto sentido a reafirmação desta máxima e, sobretudo, um apelo à nossa memória coletiva de modo a revivermos aquilo que, no passado recente, Rúben Amorim nos ofereceu. 1 Campeonato Nacional após 19 anos de jejum, 2 Taças da Liga e uma Supertaça, para falar apenas de títulos conquistados. Mas este treinador, seguramente um dos melhores do mundo e o melhor que tivemos desde os tempos de Bobby Robson, investiu em jogadores da formação, valorizou-os, tem um saldo francamente positivo no que respeita às apostas que fez acertando muito mais do que falhou. E, em conjunto com o Presidente Frederico Varandas e com Hugo Viana, ergueu uma estrutura blindada, unida, solidária e empenhada na consolidação do Sporting Clube de Portugal como um clube de futuro e com futuro.

Para isto muito têm contribuído a química e a sintonia que existem no tripé Varandas-Viana-Amorim. É também graças a ela e aos resultados obtidos que, este ano, se regista um número recorde de sócios com quotas em dia, um aumento do número de associados e que o Clube alcançou os melhores resultados líquidos de sempre.

Isto dito, é importante que percebamos todos, sem exceção, que uma coisa é a critica legítima, outra diferente é ignorar a história e pôr tudo em causa. No futebol, como em tudo na vida, ninguém ganha sempre e ninguém perde sempre. Nós, Sporting Clube de Portugal, somos a prova viva disso mesmo. E se há alguém que nos fez feliz como há muito não eramos foram estes jogadores, estes treinadores e foi esta estrutura. Temos que ser melhores do que a irracionalidade que o futebol tantas vezes impõe, temos que ser melhores do que estar à espera que a abola entre ou não entre para afiar as facas da instabilidade, temos que ser melhores do que a ingratidão dos que olham para o retrovisor e não veem que nunca ganhámos tanto em tão pouco tempo.

Sim, o Sporting Clube de Portugal é um grande clube, tão grande como os maiores da Europa. E para continuar a sê-lo é bom que não deixe de olhar para algumas das melhores práticas de certos clubes da melhor liga do Mundo. O caso do Arsenal é paradigmático. Arsène Wenger foi treinador dos Gunners durante 22 anos (1996-2018), mais de duas décadas. Terá ganho sempre? Claro que não. Foi campeão de Inglaterra por, imagine-se, 3 vezes. No Sporting Clube de Portugal, ele que, concorde-se ou não, chegou a ser considerado um dos melhores treinadores do planeta, não teria sobrevivido mais do que seis meses. Já no Manchester United, Sir Alex Fergusson liderou a equipa durante 27 anos. Sabem quantos títulos de campeão conquistou nos primeiros 7 anos em Old Trafford? Zero! Repito, zero! Sabem quanto tempo teria resistido no banco do Sporting Clube de Portugal? Pois…

Não comparo treinadores que são incomparáveis, seja pelo trajeto, pela experiência ou pelo currículo. Apenas apelo a que não alienemos um projeto desportivo sólido, credível e com futuro.

Estar com Rúben Amorim e com estes jogadores é estar com o Sporting. Onde eles forem, o Rúben e todos os que vestem a Verde e Branca, eu vou. Quem não o fizer agora, pode ser responsável pelo fim de uma era. E, nessa altura, cá estarei para não permitir que a culpa morra solteira.

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