Ricardo Costa
Carlos Vicens foi oficialmente apresentado como novo treinador do Sporting Clube de Braga. E se havia alguma dúvida sobre a direção que o clube pretende seguir neste novo ciclo, ela ficou bem esclarecida: a ambição é grande - mas o caminho será construído com método, exigência e consistência.
O técnico espanhol, que trabalhou nos últimos quatro anos como adjunto de Pep Guardiola no Manchester City, chegou a Braga com “máxima ilusão”, responsabilidade e uma ideia muito clara de liderança. Não fala em promessas fáceis, nem em títulos imediatos. Fala em “processo”, em “hábitos diários” e na construção de uma cultura de rendimento.
António Salvador foi direto: o objetivo é, a médio prazo, conquistar o título nacional. Mas este primeiro ano será, acima de tudo, de consolidação. Ainda assim, pediu desde já mais do que no ano passado - o que não será tarefa fácil. O calendário exigente, com seis jogos de pré-eliminatórias da Liga Europa entrelaçados com o arranque da Liga, obrigará a uma preparação cirúrgica e a um grupo pronto para competir desde o primeiro minuto.
Vicens não se escondeu: não sente pressão, sente autoexigência. E isso, por si só, já é um bom sinal. Há uma tranquilidade madura no discurso, sem perder o foco competitivo. Mostrou conhecer bem o plantel, valorizou o futebol português e deixou claro que a formação do SC Braga será parte integrante da sua estratégia.
A chegada de Carlos Vicens não é apenas mais uma mudança no banco. É o início de um ciclo com identidade europeia, metodologia moderna e ambição assumida. Um Braga que já não se contenta com estar perto. Quer ir mais longe.
E esse caminho - como bem disse o novo timoneiro - começa no processo.
