Ricardo Costa
Apesar da vitória frente ao Feyenoord, a meio da semana passada, que deu um arranque positivo na fase de grupos da Liga Europa e deixou boas indicações perante um adversário de grande nível, este domingo na Pedreira voltou a trazer nuvens pesadas sobre o SC Braga.
A derrota em casa frente ao Nacional da Madeira foi preocupante não apenas pelo resultado, mas sobretudo pela forma como a equipa se apresentou. Estive no estádio e o que vi foi inquietante: um Braga sem garra, sem fio de jogo, jogadores a chegarem sempre atrasados aos duelos, sem ideias e, pior ainda, sem vontade de ganhar.
Isso sim, deve preocupar todos os bracarenses. O resultado pode ser um acidente, mas a falta de atitude nunca pode ser tolerada. A paciência dos adeptos está no limite e prova disso foram os muitos lenços brancos que se levantaram no final do jogo, sinal de rutura iminente com o treinador.
E o calendário não ajuda. Esta quinta-feira segue-se a difícil deslocação a Glasgow, para defrontar o Celtic, e no domingo há visita a Alvalade, para enfrentar o Sporting. Dois jogos de elevada exigência em que o Braga precisa não apenas de resultados, mas, sobretudo, de mostrar atitude, intensidade e vontade clara de vencer.
Se isso não acontecer, será difícil evitar a sensação de que o ciclo de Carlos Vicens no SC Braga chegou ao fim da linha antes sequer de verdadeiramente começar. Porque os adeptos exigem mais. E o Braga, pelo que cresceu e conquistou nos últimos anos, merece muito mais.