Artur Fernandes
Sobre a Taça de Portugal apetece dizer que ela é mítica e a atmosfera do acontecimento é sempre diferente e especial. Também dá vontade de acrescentar que o Jamor é mágico. Sabe bem sentir a fumaça dos churrascos nas matas e o cheiro a vinho de garrafão, onde se juntam amigos e família, homens e mulheres, jovens e graúdos, misturando as cores das equipas. Ao longe ecoam estouros constantes das bombas carnavalescas que nos dão pequenos sustos no meio de tanta cantaria e festa, e depois, quando começa o hino, arrepiamos-nos como meninos e viajamos ao mais fundo da nossa alma lusa. De salientar o orgulho muito nosso, de ver o povo junto, aquele estádio cheio, a apoiar os seus ídolos, a incentivá-los a cada jogada. Dizer também que foi surpreendente ver chegar todas as autoridades e que juntas no mesmo palco, mantiveram boa convivência e bom ambiente neste final de época. Também expressar que os jogos entre os grandes trazem sempre uma ligeira inquietação pela pressão associada, tanto ao nível do resultado, que poderia ser de consagração para uns ou de recuperação para outros, mas também acrescentar que havia curiosidade com a despedida de Gyökeres e Di María, pois ter jogadores assim no nosso campeonato é não só uma satisfação muito grande, como um privilégio. Havia dúvidas também sobre quem seriam os jogadores escolhidos para entrar de início e se Sporting e Benfica usariam os equipamentos que os eternizaram ou os alternativos, mas para tornar esta Taça mais especial, usaram mesmo as vestes principais. Também pairava no ar alguma dúvida sobre a meteorologia. Foi bom o tempo, para júbilo dos adeptos que passaram assim uma tarde inesquecível.