Bruno Prata
A primeira volta das eleições no Benfica foi grandiosa e recordista no que respeita à mobilização, vitalidade, cidadania e devoção dos sócios. E assinalou o fim do mito sebastianista professado por uns quantos que ainda acreditavam no regresso do querelado Luís Filipe Vieira ao cadeirão presidencial. Mas, quanto ao resto, tirando a derrota esmagadora das candidaturas mais dadas à demagogia e até ao charlatinismo, só serviu para demonstrar que Noronha Lopes, o principal desafiador do incumbente Rui Costa, falhou de forma estrepitosa, pelo menos por enquanto, a tentativa de se afirmar como uma alternativa verdadeiramente credível e ganhadora. E a dúvida que resta é se não se poderá vir a aplicar também a este caso o que o poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade queria dizer quando afirmou que “uma eleição é feita para corrigir o erro da eleição anterior, mesmo que o agrave”.