Bruno Prata
Só daqui a uns anitos se perceberá completamente se nos genes do treinador Bruno Lage figura mesmo a sua disposição ao impossível. Mas quem foi capaz de ressuscitar, em poucos meses, uma equipa moribunda e de levá-la a uma glória inopinada não merecia que o feito fosse timbrado de improcedente e imerecido pelo principal concorrente do Benfica (uma declaração autocrítica de Herrera foi, salvo erro, a única exceção). Até porque o jovem e debutante técnico setubalense não se limitou a transfigurar radicalmente o futebol murcho herdado de Rui Vitória. A polidez e o decoro das suas maneiras e das suas palavras, entre outras peculiaridades definidoras do seu carácter, serviu para provar que o futebol também pode ser generoso com os que defendem os seus valores mais nobres.