Bruno Prata
O FC Porto de Sérgio Conceição e o Sporting de Rúben Amorim levantam taças, mas ganhar está ao alcance de muitos. O verdadeiramente singular, e por isso mais precioso, é conseguir fazê-lo revolucionando a cultura futebolística e os costumes de um clube. Nos últimos dias, aqueles dois treinadores comprovaram que o seu peso específico nas respetivas equipas já ultrapassa, em muito, a função que sumariamente se costuma atribuir a um mero treinador. Já é consensual que eles oferecem qualidade de treino e argúcia estratégica e comunicacional. Mas vai sendo tempo de se reconhecer que souberam também impor uma autoridade, uma soberania e um grau de exigência que há muito extravasou a simples gestão dos respetivos grupos de trabalho. Um e outro seriam justificadamente tratados por manager em Inglaterra, onde há muito se assumiu que o dinheiro compra jogadores, mas não compra ideias nem liderança.