Bruno Prata
Quando se viu José Mourinho entrar no centro de treinos do Seixal ao volante do singular Ferrari 612 Scaglietti (que há uns anos lhe foi oferecido por Roman Abramovich), muitos ter-se-ão recordado do remoque que, há quase uma década, Jorge Jesus dirigiu a Rui Vitória, que o havia substituído no Benfica: “Para conduzir um Ferrari tem de ter andamento para ele…”. É difícil afiançá-lo, mas Mourinho também pode ter procurado enviar uma mensagem, mesmo que subliminar, que mostrasse literalmente o quanto está habilitado até para conduzir um 'Cavallino Rampante' verdadeiramente singular e exclusivo. Desde logo porque, no passado, ele próprio já recorreu a alegorias que envolviam a insigne marca italiana. Recordo-me, por exemplo, do dia em que respondeu aos que o criticavam por usar táticas defensivas no Inter Milão que acabaria campeão europeu: “Se tu tens um Ferrari e eu tenho um carro pequeno, para te derrotar numa corrida tenho de te furar um pneu. Ou então pôr açúcar no depósito de combustível”.
