Até começar o Open da Austrália, no próximo dia 15, Craig Tiley (diretor do torneio) até tem receio de abrir a sua caixa de correio: qual será o próximo jogador a desistir do primeiro Grand Slam, a seguir a Kei Nishikori e Andy Murray? A pergunta anda no ar e ninguém ficará surpreendido se Novak Djokovic decidir fazer o mesmo. O circuito está duro e torna-se difícil recuperar de lesões no cotovelo, anca ou nas pernas. É certo que a idade começa a pesar e ninguém tem a leveza de Roger Federer, praticamente o único jogador que joga em ‘souplesse’.
Nem se pode dizer que o suíço merece ser um caso de estudo. Desde há muito tempo que se sabe do seu rigor e disciplina para com o treino e competição. Tem hábitos saudáveis e desde muito jovem soube cumprir as etapas de formação, adicionando as percentagens certas de carga em termos físicos. Rafael Nadal não tem essas valências e, por isso, são conhecidos os seus crónicos problemas nos joelhos. É um campeão no sofrimento e um enorme exemplo de dedicação.
Esta temporada vai começar coxa e os primeiros sinais são claros: há uma janela de oportunidade para Alexander Zverev e Dominic Thiem espreitarem a liderança. Os ‘velhotes’ estão preocupados em apresentarem-se em boa forma nos majors, embolsarem bom dinheiro nos Masters e assim ficam bem na fotografia.
Mas, por outro lado, receio que esta nova geração fique velha demasiado depressa: se atingirem a liderança conseguirão aguentar esse estatuto até aos 29 ou 30 anos? A porta continua aberta a grandes surpresas e 2018 promete muitas revelações ou...confirmações.