Cronistas
No futebol português já pouco nos faz, pela negativa, abrir a boca de espanto, mas a terrível imaginação, a falta de nível e a mediocridade dos dirigentes nunca pára de nos surpreender e a garantir a cada momento que é possível chegar mais fundo. Desta vez as cartilhas, porca miséria.
A toda a gente do futebol cheirava que os comentadores (comentadores?) eram brifados pelos clubes, no entanto há coisas em que ninguém quer acreditar pois é melhor nem se saber. A dúvida alivia as consciências. O estoiro deu-se quando esta cena miserável se tornou rotina e os intervenientes perderam a noção, aliviaram as defesas e o anormal - termo simpático- tornou–se normal. Então, fatal, furou a rede e alastrou no burgo.
Estão centenas de milhares de adeptos, todas as semanas, fixados nos debates para ouvirem opiniões de comentadores, credenciados por direcções de informação (ao que a comunicação social chegou), quando o que lhes transmitem são estratégias palradas por papagaios com objectivos, muitas vezes, nebulosos. É o submundo, vale tudo.
Vale mesmo tudo, pois a cartilha benfiquista divulgada é uma lástima, uma vergonha; ela recomenda insultos, distorce a realidade para criar factos alternativos e até cospe ódios aos seus adversários. E não acontece nada, porque os " fatinhos e gravatinhas" da Federação e da Liga sobrevoam imperiais por de cima destas misérias, como se nada fosse com eles.
Agressões a árbitros (já 44,quarenta e quatro, esta época, coisa pouca), cartilhas e afins são, para eles, miudezas declaradas em autogestão, tipo zona de mundo cão. Temos uma certeza, fica tudo na mesma.