Bilhar grande

Alberto do Rosário
Alberto do Rosário Consultor

Futebol em parafuso

Verdade, verdadinha, o futebol por cá não gosta da linha acima de água, a superfície não é espaço onde o luso mundo da bola ame jogar e menos morar. Agora a coisa piorou e o nosso futebol tem sofrido, pelas mãos e bocas das suas gentes-num alucinante rodízio de parafuso na direcção do fundo-as maiores atrocidades, em que a ética e os princípios não são, de todo, coisas que as assistam.

Com honrosas excepções, comentadores, com carimbos clubistas dos três grandes, massacram e exploram, para além dos limites da sensatez, a paixão dos adeptos pelos seus clubes, acirrando rivalidades e ódios perigosos. De futebol não falam, esgrimem argumentos, falsos ou verdadeiros, contra os rivais e, seguro, nunca dão tréguas aos bombos da suas festas, os árbitros. O último requinte veio do Benfica, com as perversas cartilhas enviadas aos seus comentadores. Coisa fina.

Entretanto, um director do FCPorto veio ler uns mails que informou terem sido emitidos por um dos mais agressivos desses comentadores, do Benfica, que, se forem verdadeiros, são bem definidores das misérias a que isto chegou. Mais na lama não é possível.

O FCPorto, em quatro anos, caiu desamparado da glória para a agonia. Ao insucesso desportivo acresceram sinais de desorientação no topo do clube e, para fim de festa, chegou a mão de chumbo pelo não cumprimento do Fair Play financeiro, e, hilariante, o administrador do falhanço veio, em declaração pública, culpar treinadores. O mundo está perdido.

No Sporting, o presidente junta mais de uma dúzia de jornalistas para uma conversa de camaradas de regimento, em off. A linguagem foi de tropa, mas o off foi todo divulgado no relatório de operações. Presidente tenrinho num mix dirigentes/ jornalistas de arrepiar.

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