Há uma história de um treinador, nos finais da década de 70, que para justificar a condição de suplente de um dos seus jogadores foi... inovador. "Para mim tu és o melhor da Europa... mas o outro é o melhor do Mundo." A expressão pode não ter sido rigorosamente assim, mas o espírito motivacional foi este, qual ‘mental coach’ (já agora, aconselho a reportagem de Susana Torres, nas páginas 10 e 11). Mas, então, o que poderá dizer hoje em dia um treinador que tem no seu plantel o melhor da Europa... e do Mundo? A pergunta é para Zidane ( Zizou, responda quando quiser), pois Cristiano Ronaldo, Bola de Ouro para a FIFA, foi agora eleito o melhor jogador da UEFA.
O internacional português já atingiu um estatuto cuja dimensão não necessita de um ponto final para ser analisada à luz de uma lenda. Cristiano Ronaldo já conquistou quase tudo no futebol a nível coletivo, falta-lhe ser campeão do Mundo (OK, também não ganhou o campeonato português e a Taça de Portugal), individualmente não pára de bater recordes e ontem voltou a ser reconhecido pela UEFA.
É o melhor jogador português da história, figura incontornável do desporto mundial. Ontem, avisou: quer acabar no Real Madrid... aos 41 anos. Mais uma década no Santiago Bernabéu. Impossível? Vamos ver, mas isso faria dele o jogador mais velho a jogar com a camisola merengue, superando Puskas, que jogou até aos 38 anos, ele que já bateu um sem-número de recordes em Madrid. Para já recupera de lesão, e Zidane está ansioso pelo seu regresso. Afinal, tal como o inovador técnico português, Zidane sabe que quando não contar com o melhor da Europa... joga o melhor do Mundo.
