Vergonhoso. É a palavra mais suave que me ocorre para expressar a desfeita à Seleção Olímpica portuguesa de futebol – e à maioria das restantes participantes –, que é impedida de se apresentar na máxima força nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, cujo torneio de futebol começa já no dia 3 de agosto.
Menos de um mês depois de a Seleção Nacional se sagrar campeã europeia em França, Portugal tinha legítimas aspirações para voltar a fazer história no Brasil, iniciando um caminho que, possivelmente, terminaria numa medalha olímpica e que até poderia muito bem ser a de ouro, graças a uma geração notável de jogadores, liderada por um Rui Jorge mestre na forma como tem sabido tirar partido da mesma. E apesar de saber que não ia contar com alguns daqueles que se sagraram vice-campeões europeus de sub-21 – casos de Raphaël Guerreiro, William Carvalho, João Mário e Rafa, quarteto que, por sua vez, esteve na campanha do título no Euro’2016 –, a Seleção Olímpica tinha, ainda assim, um largo leque de escolhas para permitir sonhar com o ouro.
E, no entanto, o menosprezo com que a FIFA encarou estes Jogos Olímpicos abriu caminho aos clubes para recusarem a cedência dos seus ‘ativos’. E, assim, lá vai Portugal apresentar-se ‘coxo’. Mas, atenção! Não quer isto dizer que a Seleção não tenha hipóteses neste torneio. Ainda estão muitos e bons jogadores na convocatória (possível) de Rui Jorge. Podia ser melhor, é certo, mas acreditemos no grupo. Até porque este está a ser o ‘ano de Portugal’.