Do mesmo autor de "Não é pera doce", "Levas uma pera" e o "O teu cunhado tem corpo de pera", estreou ontem à noite num cinema russo "Pera da sorte". Aquilo que começou com uma brincadeira é hoje uma nova expressão da língua portuguesa. Estou em condições – embora já vos escreva 300 tremoços depois da lucidez – de avançar que "Pera da sorte" será para ficar no léxico nacional. Estou certo que o PNR agradecerá que a partir de hoje as peras passem a ser bem vistas por todos nós. Cristiano Ronaldo fez pelas peras aquilo que Fernando Pereira não conseguiu fazer numa carreira inteira.
Até aqui aceito tudo.
No entanto, questiono qual a real pera, ou melhor, aquilo que, de facto, está a ser o nosso trevo da sorte. A pera que Ronaldo prometeu deixar até ao final do Mundial porque acredita estar a dar sorte à Seleção é muito mais do que o restinho da barba de Cristiano. Aquele coto de barba é apenas a bandeira da nossa constelação da sorte. Pelo sim, pelo não, é melhor manter a pera.
E Ricardo Quaresma, óbvio.
P.s. - Depois de escrever isto foi penálti. Foi golo mas tivemos sorte na mesma. Estamos no oitavos do azar dos outros.