Eduardo Dâmaso
Na visão artística e simpática da coisa, os últimos acontecimentos no futebol português davam um inesquecível bolero de faca e alguidar. Mais bolero do que tango. A música desta canção do bandido é mais maviosa do que dramática. Podíamos chamar-lhe a canção do bandido e a bala perdida. No palco da canção do bandido, a propaganda sempre foi anti qualquer coisa. Marchou-se contra os mouros, contra Lisboa, contra o centralismo, contra o fisco, contra as retretes penhoradas, contra os clubes da segunda circular, contra os jornalistas de quem não se gosta, contra as ovelhas tresmalhadas.