Eduardo Dâmaso

Eduardo Dâmaso
Eduardo Dâmaso Diretor Geral Editorial Adjunto do CM/CMTV

A guerra civil

Já não sei bem onde li uma bela síntese sobre o que é ser adepto de futebol, de um clube, dessa confraria de eleitos que é a dos grandes jogadores, seja qual a camisola que envergam. Mas vale a pena pegar nessa síntese, de autoria perdida no tempo histórico. Ser adepto é viver e construir uma história de momentos, partilhada depois com outros, integrados pelo mesmo sistema de crenças e paixões. Como esquecerão os benfiquistas aqueles momentos geniais de Eusébio, em qualquer jogo, os golos frios e rápidos de Nené, o pontapé fenomenal de Vítor Baptista no dérbi em que perdeu o brinco?! Os sportinguistas, os portistas, os amantes de bola em geral, jamais esquecerão os golos desse artista do drible na pequena área que era Manuel Fernandes, a estética felina de Jordão, a arte de Paulo Futre e Chalana, as corridas de Seninho, a intuição elegante e letal de Gomes, os passes milimétricos de Octávio ou o génio de António Oliveira. Todos eles, ídolos de quem gosta do futebol, para lá das cores das camisolas. Mas estas contam, e se contam. Nunca antes, como nos tempos de guerra civil que hoje vivemos.

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