Eládio Paramés
Corria o ano de 1988. Outubro estava a chegar ao fim e já se sentia um friozinho em Leipzig. O Lokomotiv jogava em casa, no Zentralstadion, completamente lotado. O adversário era o Nápoles. E nele jogava Diego Armando Maradona. O muro ainda não tinha caído. Era a 1.ª mão da segunda ronda da Taça UEFA e o resultado final foi empate a um golo. O Leipzig acabaria eliminado (perdeu 2-0 na segunda mão) e o Nápoles nessa temporada ganharia a Taça UEFA.
Um ano mais tarde, o muro ruiu e com ele o Lokomotiv, tal como muitas das equipas da então RDA, mas como Leipzig foi sempre uma cidade amante do futebol a Red Bull decidiu investir num clubes local. O processo foi longo e complicado mas, em 2009, surgiu o RasenBallsport Leipzig (que numa tradução literal significa desportos com bola na relva). Em poucos anos, o RB Leizpig subiu dos regionais à Bundesliga e, hoje, está na liderança, à frente de potências como o Bayern. É uma história de sucesso mas também a confirmação de que juntando dinheiro à competência o êxito fica facilitado.
Dizia-me um amigo, no final do Manchester United-Arsenal, que os londrinos empatariam pouco minutos antes do final: "Ó pá, o homem tem de ir à bruxa…" O homem era Mourinho e esta conversa fez-me recordar os tempos em que um dirigente, à socapa, lhe metia no bolso do casacão um daqueles pezinhos de cera, obviamente que devidamente ‘tratado’ pelo bruxo de serviço. Na altura, Mourinho ria-se, mas a verdade é que ganhou aquilo que tinha para ganhar e por isso já nem sei se não seria bom voltar a utilizar os seus préstimos.