Os eternos párias: a queda do futebol russo

A data era 4 de novembro de 1971. O Spartak de Moscovo apresentava-se no Estádio do Bonfim para enfrentar o V. Setúbal. Jogo da Taça UEFA! 40 mil pessoas acotovelavam-se no recinto dos sadinos para ver jogar uma equipa da URSS - era a primeira vez que uma formação portuguesa enfrentava um esquadrão soviético a nível oficial. A estranheza era tão tremenda quanto indisfarçável. O Ocidente vivia afastado da realidade para lá do Bloco de Leste e, no Portugal acanhado de então, muitos ainda acreditavam no grotesco do quase provérbio: "Comunistas comem criancinhas." O que aconteceu nessa noite foi que o Vitória ‘comeu’ (4-0) o Spartak, que não teve direito, antes do jogo, a que fosse tocado o hino do seu país – soou a ‘Internacional’ no seu lugar. Mas hoje como então, o futebol que restou ao Spartak – o russo –, continua a ser pária. Quer a nível interno quer a nível externo.

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