Jorge Faustino
Quando falamos em “clássico” no futebol referimo-nos a um jogo entre rivais históricos, carregado de tradição e simbolismo, que mobiliza clubes e adeptos e cuja importância transcende os pontos em disputa. O FC Porto – Benfica é um dos clássicos do nosso futebol. Mas a palavra “clássico” significa também “conforme aos usos tradicionais ou estabelecidos”,“costumeiro, habitual, recorrente”... É clássico que, antes dos clássicos, haja picardias comunicacionais. Assim foi. É clássico que num clássico, em campo, os jogadores coloquem mais intensidade e agressividade, tornando a gestão do jogo mais difícil e prejudicando a imagem de respeito e fair play. Assim foi, com quezílias e entradas no limite logo a abrir. É clássico que, no final, surjam - com ou sem fundamento - queixas de erros graves. Assim foi, embora, a meu ver, sem justificação, por não haver erro claro e óbvio. É clássico que a arbitragem acabe culpada pelo insucesso de, pelo menos, um lado. Miguel Nogueira conseguiu, apesar de alguns erros, não impactar o resultado... mas o seu nome andará nas discussões por algum tempo. E é clássico que, após o clássico, surjam comunicados a pedir reformas na arbitragem e no futebol português: assim foi, desta vez vindo do outro jogo (Sporting–Sp. Braga) que, no bom e no mau sentido, é também já um clássico. Há coisas que, no nosso futebol, parecem mesmo não mudar. É um clássico.