Jorge Faustino
Quem acompanha as análises que faço ao trabalho dos árbitros poderá confirmar que tento valorizar arbitragens com critério largo. Por vezes, até valorizo a opção de alguns árbitros em não marcarem algumas faltas (faltinhas), de forma a passar a mensagem aos jogadores de que não devem cair facilmente ou estar sempre a tentar ‘sacar’ faltas. Critério largo e não marcar faltas são coisas diferentes. Se aceito que algumas faltinhas possam, nalguns contextos, não ser assinaladas, não posso defender que esse critério seja alargado à análise do videoárbitro quando avalia lances, nomeadamente na recuperação de bola ou na construção de jogadas que terminam em golo ou penálti. O futebol, na sua generalidade, e os adeptos, em particular, não conseguem perceber que um golo seja validado ou um penálti marcado quando houve uma falta que ficou por assinalar no meio-campo. Se não houvesse golo ou penálti, daria para aceitar. Com um golo ou penálti... não. Escrevo isto a propósito de uma falta de António Silva sobre Clayton, óbvia nas imagens televisivas, e que permitiu ao Benfica recuperar a bola, iniciando a jogada que terminou com o penálti sobre Pavlidis. Era imperativo haver intervenção do VAR neste lance. Houve VAR a menos neste jogo, com prejuízo para as duas equipas, porque também ficou por sancionar um penálti favorável ao Benfica, em lance sobre Amdouni.