Leonor Pinhão
No futebol português o distanciamento social de antigamente era aquele espaço profilático de metro e meio, quanto muito de dois metros, deixado criteriosamente vago entre José Pratas e a comandita de jogadores do FC Porto que o perseguiu no relvado em mais uma noite de glória depois de o árbitro ter tomado uma decisão de que, na verdade, já ninguém se lembra mas que terá desagradado aos profetas da causa em tempos conhecida como "a saga contra o macrocefalismo da Capital". Se o ‘macrocefalismo’ não era o da Capital mas o do país para o caso, hoje, tanto faz. O distanciamento social dos dias correntes, e sempre no que toca ao nosso futebol, não encontrará melhor exemplo do que o da visita da claque dos Super Dragões ao treino que marcou o regresso da equipa do FC Porto ao trabalho no pós-confinamento. E lá pintaram numa parede "agora o vírus é outro". Não é nada outro, é sempre o mesmo.
