Marco Ferreira

Marco Ferreira
Marco Ferreira Antigo árbitro

Revolução

As recentes eleições na Federação Portuguesa de Futebol (FPF) proporcionaram o início de uma revolução no setor da arbitragem. A criação do departamento técnico, com a nomeação de um diretor técnico, veio preencher uma lacuna que persistiu ao longo da última década. Esta alteração era imperativa, mas a forma como foi feita levanta algumas questões que deviam ser esclarecidas. O Conselho de Arbitragem (CA) é um órgão eleito de forma independente, ou seja, não depende da eleição do presidente da Federação e só pode ser destituído através de uma Assembleia Geral da FPF. A lei de bases do desporto obriga à separação de poderes nos vários órgãos eleitos, isso impede qualquer influência da direção da FPF e garante a independência na gestão dos vários órgãos. A realidade é que o CA foi eleito com todos os poderes na gestão da arbitragem, incluindo toda a formação, mas, após as eleições, passou a ser um departamento de logística que deixou de ter qualquer poder, tanto na formação como nas recomendações dadas ao árbitros. O diretor técnico, Duarte Gomes, tem de reportar diretamente ao presidente do CA, Luciano Gonçalves, porque, só assim, se garante o cumprimento da lei e a independência dos órgãos. A arbitragem foi dividida entre o líder do Conselho de Arbitragem e o diretor técnico, fica a dúvida de quem assumirá a responsabilidade quando, invariavelmente, aparecerem polémicas que obriguem a explicações.

Deixe o seu comentário

Pub

Publicidade