Marco Ferreira

Marco Ferreira
Marco Ferreira Antigo árbitro

As cabeçadas e braços na cara

Os hipotéticos casos de arbitragem estão a ser nivelados por um critério perigoso onde assistimos a uma "normalização" de ações violentas e comportamentos antidesportivos. A opinião pública tem sido "moldada" por comentários que incentivam a comportamentos condenáveis em detrimento da verdade desportiva e da proteção dos jogadores. Um jogador que, com o jogo interrompido, movimenta a cabeça na direção do adversário e atinge-o na cabeça não pode ser considerado um contacto "fofinho" sem punição. Um jogador que, sem disputar a bola, abre o braço e movimenta-o para trás, atingindo a face do adversário, não pode ser considerado um "contacto normal" nem ficar sem punição. As decisões não podem ser baseadas na ação da "vítima", isto é, se exagera na queda, se grita sem razão e/ou quantas vezes rebola no relvado. Tudo é secundário se a ação do infrator for imprudente, negligente ou se usou força excessiva, bem como se tiver algum comportamento antidesportivo. Quando o foco está na "vítima", aumenta o risco de desculpabilizar as ações de infratores ao ponto de normalizar atitudes condenáveis de violência e condutas antidesportivas. A falta grosseira, a ação violenta e comportamentos antidesportivos não dependem da consequência no adversário, devem sempre ser analisados e punidos com base na ação do infrator. O resto é "divagar" no desconhecimento das leis de jogo.

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