Marco Ferreira
Todas as épocas estamos habituados às alterações as Leis do Jogo estipuladas pelo organismo que tem essa responsabilidade, o IFAB. As alterações são baseadas em situações detetadas ao longo das épocas, onde o IFAB tenta (re)ajustar as leis à realidade atual, evitando com isso injustiças e fomentando a verdade desportiva. Tudo o que seja além disso é da inteira responsabilidade dos conselhos de arbitragem eleitos que, todas as épocas, definem algumas recomendações internas para uniformizar critérios. Essas recomendações não são universais, ou seja, são orientações que, apesar de terem influência direta nas decisões dos árbitros, só se aplicam nos respetivos campeonatos internos. Esta época, o Diretor Técnico de Arbitragem da FPF entendeu que todas as situações em que um jogador atinja, com a bota, o adversário em zonas sensíveis (cabeça, peito, etc...), tem de ser expulso. Esta recomendação carece de justificação, visto que este tipo de lances não são muito habituais no nosso futebol e, quando existiram, foram, na sua maioria, bem decididos pelas equipas de arbitragem. Não se pode transformar um amarelo em vermelho por decreto, nem pecar por excesso, promovendo injustiças e descredibilizando ainda mais as decisões dos árbitros. Será que ainda existe CA eleito ou a arbitragem já está a ser ‘gerida’ por alguma entidade independente? Fica a questão...
