Miguel Sousa Tavares

Miguel Sousa Tavares
Miguel Sousa Tavares Jornalista

Para o ano há mais

1 -Desceu o pano sobre o campeonato da 1ª Divisão de 24/25 com um campeão esperado e merecido e dois habituais vencedores como vencidos. A vitória do Sporting foi conseguida a três tempos: o tempo de Ruben Amorim, absolutamente notável e arrasador; o tempo de João Pereira, um erro de casting e optimismo, que teve de ser atalhado rapidamente sob pena de deitar tudo a perder; e o tempo de Rui Borges, em que a equipe flutuou para cima e para baixo, acabando em visível sofrimento, inclusivamente queixando-se de os adversários nada facilitarem. Obviamente, o que mais ficará para a história é o contributo determinante de Gyökeres, com os seus impensáveis 39 golos (12 de penálti) e participação directa em metade dos golos da equipa, entre assistências e finalizações. Ninguém poderá afirmar com toda a certeza que sem Gyökeres o Sporting não seria também campeão, pois tem uma bela equipa, a melhor dos últimos largos anos. Mas, desde os tempos de Eusébio no Benfica, não creio que tenha havido um jogador de tal forma decisivo dentro de uma equipa - nem Hulk no FC Porto ou Jardel no FC Porto e Sporting. Mas já é mais seguro afirmar que, se não tem sido aquele golaço de Eduardo Quaresma ao minuto 93 do jogo totalmente desinspirado com o Gil, em Alvalade, e o Sporting não seria mesmo campeão. Se tem empatado esse jogo, teria de ir ganhar à Luz, e, pelo que se viu a seguir, essa seria uma missão impossível. Para ser campeão, o Sporting precisou do momento de inspiração e sorte de Quaresma, e depois precisou de jogar na Luz como o Gil jogou em Alvalade – e que tantas críticas mereceu do seu treinador. Para fechar as contas, e mesmo de novo desinspirado, ultrapassou sem grandes problemas um inofensivo Guimarães, com Gyökeres mais uma vez a desiquilibrar. Mas o Sporting não tem culpa de ter contratado um avançado estratosférico, capaz de desenrascar jogos em que outros só conseguem moer farinha sem sair pão. Foi um vencedor justo e incontestável.

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