Miguel Sousa Tavares
1 - Todos, todos sem excepção - dirigentes, treinadores, jogadores e adeptos, entre os quais me incluo - estão sempre a ver e a contabilizar erros de arbitragem, verdadeiros ou imaginados, que terão prejudicado a sua equipa e beneficiado os adversários. Faz parte da natureza da paixão clubística e é humano e inevitável. Onde a diferença se estabelece é entre os que o fazem ocasionalmente e os que o fazem sistematicamente, os que o fazem sempre no mesmo sentido e os que por vezes são capazes de alguma imparcialidade. No saldo deste deve e haver, para mim, os piores são os sportinguistas, sempre a reclamar que foram prejudicados ao menor lance duvidoso e jamais reconhecendo o contrário, mesmo perante o óbvio, ficando então muito caladinhos. E depois têm uma memória selectiva e até doentia, que os leva a arrolar de cor as arbitragens e os árbitros que dizem tê-los prejudicando, indo buscar ao fundo dos tempos jogos e casos de que já ninguém, tirando eles, se lembra e esperando que os outros não tenham igual memória para os casos em que o Sporting foi beneficiado ou os seus adversários directos foram prejudicados. É um modo de ser, mas, como digo, toca a todos.