Miguel Sousa Tavares

Miguel Sousa Tavares
Miguel Sousa Tavares Jornalista

O início da caminhada

1- Por razões de agenda, não me é possível escrever depois de saber o resultado do jogo de estreia de Portugal no Europeu, ontem à noite. Mas creio que como todos os portugueses, antes de ele começar, estava abertamente confiante numa vitória. Não só por todas as razões já amplamente partilhadas e consensuais - de que esta é a melhor Selecção de sempre - mas também porque o seleccionador, Roberto Martínez, tem sabido, desde que chegou, transmitir uma imagem de competência e serena confiança, sem ter de entrar naquelas histerias patrioteiras de Scolari que tanto me irritaram e tão poucos resultados, afinal, nos trouxeram. Porque não gosto de ver a Selecção confundida com a pátria nem o apoio a ela confundido com patriotismo, prefiro mil vezes ver o país assim - entusiasmado, esperançado e mobilizado com o Europeu - mas sem ver as ruas pejadas de criancinhas equipadas com as cores da Selecção e as varandas atoladas de bandeiras nacionais, como se a pátria estivesse em jogo. São outras as coisas que definem a grandeza das nações. Se Portugal, porventura, vencer o Europeu, como todos sonhamos, terei uma imensa alegria e orgulho na nossa Selecção, nos nossos jogadores, no nosso treinador, no nosso futebol. E apenas isso, que já é muito.

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