Miguel Sousa Tavares

Miguel Sousa Tavares
Miguel Sousa Tavares Jornalista

Parole, parole...

1 -Compreendo que não é nada fácil a tarefa de que encarregaram Martin Anselmi. Tal como o seu conterrâneo recentemente falecido, o Papa Francisco, também Anselmi veio do fim do mundo para a Europa para dirigir uma instituição em crise, acabada de renovar toda a sua estrutura dirigente, com um treinador carismático que saíra após sete anos e que fora substituído sem sucesso, e, acima de tudo, com uma equipa de categoria inferior ao desafio colocado. E à qual, ainda por cima, logo lhe retiraram dois dos poucos bons jogadores. Não, a tarefa de Anselmi não era, nem é, fácil. Mas talvez porque se criaram demasiadas expectativas, talvez porque nos disseram que o seu futebol nos iria entusiasmar, ou talvez porque ele insistiu em jogar num sistema para o qual não tem jogadores adequados, a desilusão tem sido imensa. Nada do que nos foi prometido tem sido cumprido. Mas se há coisas que não estão nas mãos do treinador mudar, há outras de que bem podia abster-se – como a impressão de que se contenta com muito pouco, bastando para tal não perder os jogos, e a sua tendência para falar abundantemente sem nada dizer de substancial e como se a incontinência verbal do treinador compensasse a impotência de jogo da equipa. Nós queremos é ver resultados, não palavreado ôco e, obviamente, não podemos aceitar que quando lhe fazem notar que desde que chegou perdeu 15 pontos para o Benfica, o treinador responda que não lhe interessa a conversa sobre resultados, mas sim outras coisas como “processos”, “análises”, “compromissos”, e outras vacuidades que não significam nada para os adeptos que veem jogar este triste FC Porto.

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