Miguel Sousa Tavares

Miguel Sousa Tavares
Miguel Sousa Tavares Jornalista

Se isto fosse um país a sério...

1- Num país a sério, o Sporting, o Nacional, a Liga de Futebol, os espectadores que ficaram à porta dos estádios ou os comerciantes que tiveram os seus estabelecimentos vandalizados por falta de polícias, tratariam, cada um por si ou em litisconsórcio, de demandarem judicialmente em processo civil os polícias desertores dos seus deveres, exigindo-lhes a correspondente indemnização por danos sofridos. Note-se: não a PSP ou a GNR, mas cada polícia faltoso individualmente, de modo a que eles não pudessem remeter a responsabilidade financeira para os contribuintes. Depois, um tribunal julgando pela justiça e não por habilidades jurídicas, que, obviamente, não compraria a ficção da súbita indisposição de 13 dos 15 polícias destacados para Famalicão, trataria de os fazer pagar pelos danos causados. Isso, independentemente das razões que lhes assistem ou não, ensiná-los-ia a defenderem a sua causa como homenzinhos e não como miúdos, recorrendo a truques que só desprestigiam a causa e a profissão. E num país a sério, os colegas desses polícias não seriam depois aplaudidos no Estádio da Luz, apenas porque aí compareceram para cumprir o seu dever e o povo queria era que houvesse jogo, fosse lá como fosse. Há alturas em que há coisas mais importantes do que o futebol.

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