A viagem de Rui Pedro Braz a Bruxelas para negociar Franjo Ivanovic é a prova de que o Benfica está finalmente a atacar a evidente necessidade de ter, a partir do banco, um goleador com potencial de titularidade. Depois da aposta certeira por Vangelis Pavlidis, a solução pode estar precisamente num jogador com perfil quase gémeo: Ivanovic.
Com apenas 21 anos, o avançado croata do Union Saint-Gilloise combina presença física, inteligência nos movimentos e sentido de oportunidade. Tal como Pavlidis, não é um avançado de fogachos, mas sim um finalizador de rotinas, de ocupação de espaços, de ligação com os médios e de leitura do jogo. Um verdadeiro 9 moderno, formado num contexto competitivo exigente e habituado a decidir sob pressão, sendo que a sua agressividade compara positivamente com a disponibilidade para o jogo sem bola que Pavlidis também demonstra.
Ivanovic foi goleador na Bélgica, e mostrou uma consistência que poucos avançados centro da sua idade revelam. A sua margem de progressão, combinada com um custo acessível (cerca de 20 M€), torna-o numa oportunidade rara de mercado.
Ao invés de esperar por outra novela de verão, o Benfica pode fechar já um jogador que oferece um perfil similar ao de Pavlidis, mais juventude, e maior retorno potencial.
Num momento em que o plantel carece de mais opções para presença na área e eficácia no último toque, Ivanovic não é apenas uma alternativa a Pavlidis: pode ser a solução de futuro para a posição 9 dos encarnadis.
Ignorá-lo seria repetir erros do passado.
Contratá-lo é antecipar o futuro.
Por Nuno Félix