Pedro Santos Guerreiro

Pedro Santos Guerreiro
Pedro Santos Guerreiro Jornalista

Dívidas

Parta da entrevista de Luís Filipe Vieira ontem à CMTV foi dedicada à dívida do clube. Diz o presidente dos encarnados: "se não pagarmos a dívida, não podemos fazer nada."

A frase refere-se a prioridades: se há lucro, ele destina-se em primeiro lugar a baixar a dívida.

Não é um capricho, é pressão. As vendas de jogadores estão a salvar o Benfica do sufoco financeiro em que estava. Como o FC Porto fez durante anos. A diferença é que o Benfica está a fazer negócios com jogadores de formação, em que ninguém acreditaria há poucos anos. O FC Porto fez grandes negócios com jogadores de transição, sobretudo entre a América Latina e a Europa, estratégia que não consegue agora manter.

O Benfica esteve intoxicado de dívida e Vieira ainda um dia há de explicar aquela relação que, nas suas empresas, teve com o BES. Mas, no que diz respeito ao Benfica, os últimos anos têm sido de alívio, mercê do sucesso da estratégia da formação. Esse é um mérito de Vieira e, como já aqui escrevi, do seu administrador financeiro, Domingos Soares de Oliveira. E quando Vieira diz, na entrevista, que o Benfica quer "liquidar a dívida financeira" entre esta época e a próxima, não está a prometer encontrar petróleo: está a anunciar o passo seguinte da estratégia: com uma dívida controlada e, como ele diz, vivendo "por meios próprios", o clube quer voltar a sonhar mais alto na Europa. Se não perder o juízo pelo caminho, pode bem consegui-lo.

Deixe o seu comentário

Pub

Publicidade